Chinatown: o que ver no bairro chinês de NY

Chinatown: o que ver no bairro chinês de NY

14 de dezembro de 2018 0 Por Passagem Comprada

A região de Chinatown, em Lower Manhattan, possui a maior concentração de chineses fora da Ásia e é, por isso, um local muito legal de visitar para ter um gostinho dos costumes desse povo.

Para aproveitar o passeio, no entanto, é preciso saber onde ir e o que ver, pois muitos turistas acabam apenas caminhando um pouco pela Canal St., onde fica a principal estação de metrô, enlouquecem com a enorme quantidade de camelôs e lojinhas de souvenirs (isso sem falar nos vendedores de bolsas falsificadas) e acabam indo embora sem se embrenhar nas ruazinhas mais interessantes do bairro.

Chinatown NY
Chinatown NY
Nessa região, todas as placas dos estabelecimentos comerciais são escritas em chinês!

A primeira coisa que você precisa saber para organizar sua visita à Chinatown é que não adianta chegar muito cedo, porque a região só começa a ganhar vida a partir de umas 10:30 da manhã.

Se quiser ir antes disso, sugiro começar seu passeio pelo Columbus Park (entre Bayard, Worth, Mulberry e Baxter Streets), um parque muito simpático onde grupos de chineses da terceira idade se reúnem para praticar Tai Chi Chuan e jogar xadrez e mah-jongg.

Alguns outros pontos puramente culturais que você pode ver em Chinatown antes de o comércio abrir são:

– Confucius Plaza (esq. da Bowery com a Division St.) – uma praça bem na ponta de Chinatown, onde fica uma estátua de 5 metros de altura do filósofo chinês Confúcio, construída em 1976.

– Chatham Square – nessa praça fica o Kimlau Arch, um arco construído em homenagem a todos os combatentes chineses-americanos que morreram na Segunda Guerra Mundial. Quem deu nome ao arco foi o tenente Benjamin Ralph Kimlau, um piloto que perdeu a vida quando seu avião foi derrubado durante uma missão em 1944.

Chinatown Kimlau Arch
Kimlau Arch

Na mesma praça, está a estátua de Lin Zexu, um oficial da Dinastia Qing que teve grande importância na luta contra a importação de ópio na China em 1839.

Chinatown Lin Zexu
Estátua de Lin Zexu

– Manhattan Bridge Arch and Colonnade – entrada da Manhattan Bridge, de 1915, projetada por Carrère e Hastings, responsáveis também pela construção da New York Public Library.

Manhattan Bridge Arch
Para ter essa vista, vá até a esquina da Bowery com a Canal St.

– Mahayana Buddhist Temple (133 Canal St.): maior templo budista de Nova York, com uma estátua de ouro do buda de 16 metros de altura em meio a várias decorações vermelhas e douradas. É um local extremamente silencioso, então entre respeitosamente, faça uma doação (US$ 1), dê uma olhada e vá embora. Nada de ficar batendo papo lá dentro!

Mahayana Buddhist Temple
Mahayana Buddhist Temple

Faça questão de estar em Chinatown na hora do almoço. A oferta de comida chinesa, com ótimos preços, é incrível. Nos restaurantes tradicionais vem até um chazinho verde junto com a refeição. Uma delícia!

Gosto muito dos restaurantes de dim sum, que são pequenas porções, tipo umas entradinhas chinesas. É interessante porque dá pra provar várias coisinhas diferentes.

Fui recentemente em um restaurante bem típico desse tipo de culinária: o Golden Unicorn (18 East Broadway). Embora o lugar seja grande, lota bastante, então recomendo chegar cedo para o almoço (nos finais de semana tem que ir antes das 11h da manhã!). É uma experiência bem interessante. Você é acompanhado até a sua mesa, recebe um cardápio e um chá. Aí, começam a passar pelas mesas várias garçonetes chinesas (algumas mal e mal falam inglês) oferecendo os pratinhos de dim sum que elas carregam em carrinhos. Confesso que é um pouco difícil de entender o que é cada coisa, porque o inglês das garçonetes é complicado, mas aí é que está a graça da refeição. Você realmente vai se sentir na China! Dê uma boa olhada nas porçõezinhas que elas oferecem e, se for necessário, pergunte várias vezes o que é (até porque algumas pessoas têm restrições alimentares né, e há bolinhos recheados de porco, camarão, etc). No fim das contas, dá pra escolher algo bem gostoso. Meu favorito foi um dumpling (tipo uma trouxinha chinesa) recheado de carne de porco e temperos.

Chinatown Golden Unicorn
Dim Sum e chá verde no Golden Unicorn

Outro restaurante nesse mesmo estilo é o House of Joy, que fica na 28 Pell Street. Também é bem gostoso e cheio de chineses!

Chinatown

Para conhecer (e talvez comprar) típicos produtos alimentícios chineses, faça uma visita ao New Kam Man (200 Canal St.), um supermercado bem interessante. Tem balas, salgadinhos, molhos, temperos, massa e arroz chineses, além de alguns produtos perecíveis (só pra olhar mesmo). Não deixe de explorar também o andar de baixo – com itens para casa, tanto ocidentais quanto chineses (hashis, cerâmicas, utensílios de bambu) – e o andar de cima, com brinquedos, produtos de papelaria (muitas coisinhas fofas) e beleza (sabe aquelas máscaras milagrosas? Tem vários tipos ali!).

Chinatown New Kam Man
Petisco de mini siris, à venda no supermercado chinês
Chinatown New Kam Man
Prateleiras do supermercado New Kam Man

Nos arredores do New Kam Man (e por outras áreas de Chinatown também), você vai passar por várias banquinhas vendendo frutas e verduras diferentes, por mercados de peixe (com enormes lulas, caranguejos coloridos e frutos do mar de todos os tipos) e pelos famosos “açougues” com os patos laqueados pendurados nas vitrines. É verdadeiramente um outro mundo!

Chinatown
Lagostas em Chinatown
Chinatown pato laqueado
Patos laqueados
Chinatown Rambutan
Rambutan (parente da lichia), fruta bem diferente vendida nas banquinhas de rua em Chinatown

Algumas ruas bem legais para explorar em Chinatown, bem típicas, cheias de lojas de produtos chineses, são a Mott St., Mulberry St., Bayard St. e Pell St.

Se você nunca tomou Bubble Tea, também é uma boa oportunidade: há diversas casas de chá e lancherias que oferecem o produto. O Bubble Tea é um chá gelado (em vários sabores para escolher) que vem com umas bolotas pretas dentro feitas de tapioca (“pérolas de tapioca” para ser mais bonito).

Bubble Tea
Ali no canto esquerdo dá para ver algumas opções do chá com as pérolas de tapioca no fundo.

Outra rua bem famosa é a Doyers Street, uma das mais antigas do bairro. Essa rua já foi conhecida como “Bloody Angle” (ângulo sangrento), em razão de seu formato curvo e das inúmeras mortes que ocorreram ali no início do século 20 (nos vários tiroteios entre as gangues de Chinatown). Hoje em dia, é uma rua comercial comum, com lojas, cabeleireiros e restaurantes – destaque para o Nom Wah Tea Parlor, casa de chás e dim sum, inaugurada em 1920.

O chão na Doyers Street costuma estar sempre colorido com o trabalho de algum artista!

Nom Wah Tea Parlor
Doyers St. com o Nom Wah Tea Parlor ao fundo
Chinatown Doyers St.

Por fim, mas não menos importante, não esqueça que Chinatown é o paraíso dos souvenirs e das bugigangas de camelô, oferecendo a maior variedade e os melhores preços da cidade! Vale a pena pechinchar!

Só não recomendo entrar na conversa dos chineses que ficam abordando os turistas para vender bolsas Gucci, Prada, Louis Vuitton, etc., “originais”. Elas são tão “originais” que os vendedores vão te levar para algum buraco escuro pra mostrar os produtos contrabandeados… Além disso, eles são muito chatos e insistentes!!!

Enfim, eu adoro caminhar por Chinatown e espero que você também ande por lá e possa conhecer um pouquinho da cultura chinesa sem sair das Américas!

 

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