Nice: a melhor base para conhecer a Côte d’Azur

Nice é a quinta cidade mais populosa da França e capital do departamento dos Alpes Marítimos. Tem aeroporto próprio e é a melhor base para conhecer a Côte D’Azur em razão de sua posição centralizada e da variedade de opções de hospedagem, oferecendo possibilidades para todos os bolsos (há inúmeros hotéis, hostels e apartamentos para alugar).

Além disso, é uma cidade muito viva e animada, de forma que é um prazer retornar todas as noites para lá e sair passeando pelos calçadões e ruelinhas, olhando o movimento e escolhendo um bar ou restaurante para jantar. Eu gostei tanto do clima de lá que coloquei no topo da minha lista de lugares bons para morar!

Nice pode ser conhecida quase que totalmente a pé.

Comece seu passeio pela famosa Promenade des Anglais, rua/calçadão na beira da praia que recebeu esse nome porque foi construído (em 1844) para que as aristocratas inglesas pudessem passear por ali sem sujar os seus vestidos. Em meados do século XIX, Nice passou a ser um dos destinos de inverno favoritos dos ingleses, os quais buscavam o clima ameno da região para fugir do rigoroso frio de seu país.

Ao longo do passeio, observe os inúmeros ciclistas, patinadores e corredores que escolheram o local para praticar seus exercícios, assim como os diversos beach clubs, adorados pelos ricos e famosos (mas frequentados também por turistas interessados no conforto das espreguiçadeiras, guarda-sóis, serviço de praia e na badalação proporcionada ali).

Se quiser curtir a praia mas não estiver disposto a gastar com os beach clubs, não se preocupe! Há diversos trechos da praia em Nice que são públicos.

Só um aviso quanto às praias (sejam públicas ou particulares): em vez de areia, o chão é formado por pedrinhas um pouco menores do que um punho fechado, então vá preparado com um sapatinho especial e com alguma coisa grossa o suficiente para sentar/deitar em cima. Os locais parecem estar acostumados, mas o pé dói muito!!!

No calçadão, você também pode sentar em uma das famosas cadeiras azuis e relaxar observando a beleza da Baie des Anges (Baía dos Anjos).

O outro lado da rua, oposto à praia, é repleto de bares, restaurantes, hotéis e cassinos, especialmente entre o Jardim Albert I (que abriga diversos eventos da cidade) e o Hotel Negresco. Aliás, não deixe de dar uma paradinha para admirar esse hotel, que é uma das principais heranças da Belle Époque em Nice. Fundado pelo romeno naturalizado francês Henri Negrescu em 1913, foi declarado patrimônio da cidade em razão de seu valor histórico e artístico (abriga uma enorme quantidade de obras de arte originais, sendo considerado um hotel-museu).

Bem em frente ao Jardim Albert I, fica um dos símbolos de Nice: uma cadeira azul gigante, em homenagem às diversas cadeiras espalhadas pela Promenade des Anglais.

Seguindo em direção oposta ao mar, para trás do Jardim, chega-se à Place Masséna, a enorme (e principal) praça da cidade. O visual é incrível: a praça inteira é cercada por prédios vermelhos com janelinhas azuis e o piso parece um tabuleiro de xadrez. Uma estátua de Apolo de 7 metros de altura, no meio da Fontaine du Soleil, completa o cenário. Por ali, você vai encontrar lojas, restaurantes e um grande movimento de pessoas: a praça é a intersecção de algumas das principais ruas da cidade e está na divisa entre a cidade moderna e a cidade antiga (Vieux-Nice).

Também é interessante visitar a praça à noite, quando a instalação de arte moderna do artista catalão Jaume Plensa recebe uma iluminação especial: as sete estátuas de homens ajoelhados/sentados no alto de enormes postes, representando os sete continentes, se acendem, ficando cada uma de uma cor diferente.

Colado na Place Massèna está o Promenade du Paillon, um parque com um enorme espelho d’água e fontes saltitantes.

Partindo da Place Massèna, comece a explorar a cidade antiga pela Rue Saint-François de Paule, passando pela Prefeitura e pela Ópera (um teatro em estilo italiano, cujo prédio atual foi projetado pelo arquiteto François Aune em colaboração com Charles Garnier, arquiteto da Ópera Garnier em Paris). Fique maravilhado com a beleza das frutas cristalizadas da confeitaria Maison Auer (desde 1820) e siga até o Cours Saleya para o Happy Hour.

O Cours Saleya é uma rua cheia de restaurantes com mesinhas na rua à noite, o que faz dela um ótimo local para tomar um drink (o preferido dos locais é o vinho rosé) ou jantar.

Durante o dia, essa mesma rua abriga o famoso Marché aux Fleurs (ou mercado de flores), que, além de flores, vende produtos típicos da região, frutas e verduras. Aqui a recomendação é provar as frutas cristalizadas/glaceadas (mais baratas que nas lojas especializadas), com destaque para a clementine (tipo uma tangerina). É uma delícia. Dizem que a melhor “socca” (panqueca de grão de bico) da cidade é feita nesta feira também, na banquinha da Madame Theresa.

O mercado funciona de terça à sábado das 06:00 às 17:30, e domingo, das 06:30 às 13:30.

Depois do Happy Hour no Cours Saleya, você pode se embrenhar ainda mais na Vieille Ville, em direção à Place Rossetti. Se ainda não tiver jantado, escolha um dos vários restaurantes que vai encontrar pelo caminho. Se já estiver na sobremesa, tente escolher entre um dos mais de 80 sabores da sorveteria Fenocchio, a mais famosa de Nice (tem em três endereços: 2 Place Rossetti, 6 Rue de la Poissonerie e 28 Boulevard Jean Jaurès).

Essa é uma região que você pode voltar em outros dias para jantar, em razão da grande concentração de restaurantes e bares (mais ainda ao norte da Place Rossetti).

Se quiser provar alguns dos lanches típicos de Nice, vá até o Lou Pilha Leva (10 Rue du Collet). É um lugar bem simples, tipo um boteco que vende salgados, mas ali você encontra as principais especialidades “niçoises”, como a “socca” e a “pissaladière” (uma tortinha de cebola bem gostosa).

Ao sul da Place Rossetti, há alguns prédios históricos bem bonitos para conhecer, como o Palais de Justice e a Cathédrale Sainte-Réparate.

Outro passeio muito popular é a visita ao Parc de la Colline du Château (ou Parque da Colina do Castelo), local do primeiro desenvolvimento urbano de Nice na Idade Média e de onde se tem a mais bela vista da cidade e da Baie des Anges (Baía dos Anjos). O castelo que dá nome ao local já não existe mais – foi completamente destruído pelas tropas de Luís XIV em 1706 -, mas ainda assim vale passear pelo parque, curtindo os vários caminhos repletos de verde, a pequena cascata e a vista deslumbrante.

Para chegar ao parque, é possível subir a pé, de elevador gratuito (na extremidade no Quai des États-Unis, próximo à Tour Bellanda e à Rue des Ponchettes) ou no Petit Train de Nice (parte da Promenade des Anglais, em frente ao Jardin Albert I). A Colline du Château fica aberta das 8:30 às 18:00 de 01/10 a 31/03 e das 8:30 às 20:00 de 01/04 a 30/09.

E para encerrar Nice, uma imagem que você não pode perder: a lua refletindo no mar vista da Promenade des Anglais à noite.

Todos esses lugares conheci em partes dos cinco dias que fiquei hospedada na cidade, usados também para passear pelas outras cidades da Côte d’Azur (que eu vou mostrar em outros posts).

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