O que fazer em Heidelberg
Heidelberg, com seus quase 150 mil habitantes, é uma cidade que oferece muita história e belíssimas paisagens, especialmente nos arredores do Rio Neckar. Além disso, fervilha com turistas e estudantes (fica ali a Universidade de Heidelberg, a mais antiga da Alemanha, fundada em 1386), oferecendo, com a simpatia de uma cidade pequena, todas as facilidades de uma cidade grande – muitas lojas, restaurantes, bares e transporte público moderno e eficiente.
Se estiver viajando pela Rota Romântica, vale fazer um desvio para conhecer essa cidade.
Sugiro um trajeto muito bonito para quem vem de Rothenburg ob der Tauber, fugindo das autoestradas: pegue a A6 ao sair de Rothenburg e depois a B37, que vai costeando o Rio Neckar até entrar em Heidelberg. Coloque no GPS o seguinte trajeto com paradas: partindo de Rothenburg ob der Tauber, uma parada em Neckarsulm, outra em Eberbach e chegada em Heidelberg. Não tem erro. Só um alerta: esse caminho aumenta o tempo de duração da viagem em quase uma hora, então é recomendado só para quem gosta de curtir a paisagem e não tem muita pressa de chegar ao destino. Se preferir a velocidade, escolha sempre a autobahn (autoestrada).
Chegando a Heidelberg, basta se dirigir ao centro antigo (Altstadt) e dali fazer tudo a pé. A rua principal é a Hauptstrasse, maior calçadão da Alemanha, onde você vai encontrar lojas, restaurantes, cafés e bares, tudo em meio a prédios do século XVIII (a cidade foi toda destruída pelas tropas francesas em torno de 1690, mas não sofreu quase nenhum dano na Segunda Guerra Mundial). Andando por essa rua, acaba-se por passar perto das principais atrações turísticas da cidade, que vou relacionar abaixo, da direita para a esquerda no mapa. O trajeto vai da estação do funicular que leva ao Schloss Heidelberg (Castelo) até a Bismarktplatz (hub de bondes e ônibus super movimentado).
– Schloss Heidelberg – ruínas de castelo de arquitetura gótica e renascentista que serviu como residência real até à guerra de sucessão, quando foi destruído pelos soldados de Luís XIV, da França, entre 1689 e 1693. Antes de ser reformado em 1544, era um castelo medieval. As ruínas são bem interessantes e a vista da cidade é linda, especialmente na parte da manhã, em razão da posição do sol. Lá em cima há um restaurante que lembra uma grande taverna, onde fica o maior barril do mundo (fabricado com os troncos de 130 carvalhos, ele tem mais de oito metros de comprimento, sete metros de largura e capacidade para 221.726 litros).
É possível subir até o castelo de carro, a pé ou no funicular (maneira mais fácil e, para mim, mais interessante). O funicular custa €7 até o castelo. Após essa primeira parada, no entanto, é possível pegar um outro funicular, todo de madeira, fabricado há mais de 100 anos, que leva até o topo da montanha (549,8m acima do nível do mar), o Königstuhl, onde há uma plataforma de observação para vistas de toda Heidelberg e cidades próximas. Para adicionar esse trajeto, o bilhete combinado sai por €12 (ou seja, castelo+ Königstuhl).
Já aviso que não tem muita coisa para fazer no Köningstuhl: é só um mirante, um barzinho e a casa de máquinas do funicular antigo (que pode ser visitada). Acho que existem algumas trilhas para fazer lá no alto da montanha, mas não é muito sinalizado. Então, essa segunda parte do passeio é bem rápida e se resume à experiência de andar no funicular de madeira e à vista (muito mais alta) da cidade.
– Kornmarkt – praça quase em frente à estação do funicular que leva ao castelo (e, consequentemente, onde se tem uma das mais belas – e próximas – vistas de suas ruínas). Bem no centro, fica a fonte da Madona, datada de 1718, que foi construída com a intenção de reconverter os protestantes ao catolicismo após a Contra-Reforma. Os turistas aproveitam o local para encher suas garrafinhas de água.
– Marktplatz – praça principal do centro antigo, onde ficam a Heiliggeistkirche (Igreja do Espírito Santo) e a prefeitura. O local é cheio de barraquinhas de souvenirs, cafés, restaurantes e lojas (entre elas a Loja da Lindt, sempre uma perdição).
– Haus zum Ritter (Casa do Cavaleiro) – hoje um hotel (Hotel zum Ritter), foi a única casa burguesa a sobreviver ao incêndio de 1693, durante a Guerra dos 9 Anos. A casa foi construída em 1592 e sua aparência antiga e rebuscada chama a atenção de quem passa. Fica na equina da Marktplatz, na Hauptstraße 178.
– Alte Brücke (ponte antiga) – chega-se a ela pegando a ruelinha na frente da Haus zum Ritter e andando uma quadra em direção ao Rio Neckar. Ao lado da entrada da ponte, está o Brückenaffe (macaco da ponte), uma escultura de bronze criada pelo Professor Gernot Rumpf. Diz a lenda que tocar no espelho que o macaco segura na mão traz dinheiro; tocar na mão significa que a pessoa irá voltar a Heidelberg; e tocar nos ratinhos de bronze ao lado do macaco traz fertilidade. A Alte Brücke, ou Carl Theodor Brücke, foi construída no século XVIII e proporciona belas fotos do rio, especialmente no final do dia.
– Studentenkarzer (cárcere da Universidade de Heidelberg) – celas onde, desde 1600, os estudantes ficavam presos como forma de punição por mau comportamento. Dizem que, ao longo dos anos, foi virando quase uma questão de honra passar pelo menos uma noite na “prisão” da Universidade e deixar a sua marca nas paredes (que são completamente cobertas de símbolos, desenhos e palavras, registrados por cada um dos estudantes que era detido ali). Fica no fundo da Alte Universität (Universidade Antiga), na Augustinergasse, 2.
A partir daqui, em direção à Bismarckplatz, a Hauptstrasse tem a maior concentração de lojas grandes (de roupas, calçados, departamentos e artigos para casa – destaque para a Butlers e a Depot nesse quesito)
– O Caminho dos Filósofos
Um passeio para quem curte uma boa caminhada (com subida) é o Philosophenweg, um caminho no alto de um morro do outro lado do Rio Neckar, por onde os pensadores e professores da universidade costumavam passear e discutir suas ideias. De lá se têm as melhores vistas da cidade com o castelo de Heidelberg ao fundo (o melhor horário para isso é no final da tarde, quando o sol bate no castelo e as fotos ficam mais lindas).
A maneira tradicional de chegar ao Philosophenweg é subir pelo Schlangenweg, um caminhozinho em zig-zag (subida bem puxadinha) que começa logo que se atravessa a Alte Brücke (do outro lado do Rio em relação ao centro histórico). Há placas bem discretas apontando a direção, mas é fácil de achar. Esse zig-zag é todo cercado por uma mureta e árvores frutíferas. Há alguns refúgios com bancos para descansar.
Descobri depois de ter subido tudo que era possível pegar o Philosophenweg também na Bergstrasse, uma rua próxima à Theodor Heuss Brücke. Por ali, caminha-se bem mais, mas é menos íngreme. Aí depende do interesse e do fôlego de cada um.
Se quiser uma vista bonita da cidade com a ponte e o castelo sem ter que caminhar lomba acima, apenas atravesse o Rio Neckar (para o lado contrário ao do centro antigo) e caminhe pelas margens. Assim como no Philosophenweg, o sol fica favorável no final da tarde.
Dicas de restaurantes em Heidelberg
– Hans im Glück – Burgergrill (Hauptstraße 187) – para quem estiver na Alemanha há bastante tempo (como eu estava) e quiser fugir um pouquinho das comidas típicas, essa hamburgueria, que fica na frente da Heiliggeistkirche, é uma ótima pedida! O restaurante é muito bonito, todo decorado com troncos esbranquiçados de uma árvore bem conhecida por lá (a pessoa se sente dentro de um bosque). Os hambúrgueres são bem bons e o destaque do cardápio vai para a batata doce frita (süsskartoffel-fritten), uma das coisas mais deliciosas que comi na viagem!
– Retaurant Perkeo (Hauptstraße 75) – restaurante de comida alemã na parte mais cheia de lojas da Hauptstraße. Sentamos num biergarten nos fundos do restaurante e pedimos o menu do dia, que era composto de um pratão de sopa de aspargos (maravilhosa), salada, bife de carne moída bem alto (diferente de hambúrguer, muito mais temperado), com molho de carne, coberto com um ovo frito e batatas fritas ao lado. Bem servido, gostoso e custou uns €9.
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Estou querendo fazer a mesma rota que você, mas não tenho tantos dias! Da pra fazer wurzburg em um um dia?
Posso fazer Rethemburg ODT e Heidelberg no mesmo dia? Se sim, durmo em Heidelberg ou é melhor procurar hotel na próxima cidade? Pode me passar os hotéis que você ficou?
Oi, Carolina! Depende muito do que você quer ver em cada local! Eu diria que, se você chegar cedo em Würzburg, consegue conhecer a cidade em um dia. Rothenburg ODT e Heidelberg juntas já é um pouco mais corrido, porque Heidelberg é bem grandinha. Mas se você só tem um dia e não se importa de não ver TUDO na cidade, acho que pode juntá-las sim. Só tem que ir de uma até a outra pela rota mais rápida para ganhar tempo (e mesmo assim são 2 horas de viagem).
Outra opção seria já acordar em Würzburg no 1º dia, conhecer a cidade e ir para Rothenburg quando possível. Entre elas são só 45 minutos de distância. Aí você curte Rothenburg (lembrando que as lojas fecham cedo, tipo umas 19h), dorme e no dia seguinte, se faltou alguma coisa, dá mais uma olhadinha antes de seguir, ainda pela manhã, para Heidelberg. Como anoitece tarde na época que você vai, acho que ainda consegue ver bastante coisa na cidade. Heidelberg é um bom local para passar a noite, pois tem várias opções de hotéis (eu fiquei em um Holiday Inn Express – não era grudado no centro, mas com o carro alugado isso não foi um problema). Se quiser, me mande um e-mail pela página de contato, dizendo para quais cidades você precisa dicas de hotéis!