Os “trulli” de Alberobello e seus arredores
Durante minha estada em Polignano a Mare, fiz um bate-e-volta para conhecer algumas cidades mais para o sul da Puglia, em uma região agrícola com muitas plantações de árvores frutíferas e inúmeros olivais, especialmente os famosos trulli de Alberobello.
Abaixo, conto um pouquinho sobre os lugares que visitei.
ALBEROBELLO
Alberobello, declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, é conhecida por ser a cidade dos “trulli”.
Os “trulli” são casas em formato cônico e piramidal, feitas de pedras calcárias empilhadas e encaixadas, sem uso de qualquer tipo de argamassa. Essas construções, que datam da metade do século XIV, são relativamente comuns na região da Puglia e podem ser avistadas principalmente em áreas rurais, visto que costumam ser utilizadas como abrigo temporário para os trabalhadores do campo ou para guardar equipamentos agrícolas. Alberobello, no entanto, é a única verdadeira cidade formada pelo agrupamento de “trulli” – no final do século XVIII, mais de 3.500 pessoas residiam nos “trulli” de Alberobello.
A Zona dei Trulli divide-se em dois bairros: o Rione Monti, área comercial cheia de lojas e restaurantes, com 1.030 “trulli”, e o Rione Aia Piccola, mais residencial, com 590 “trulli”.
Caminhe sem pressa por toda a região de Rione Monti: há lojinhas vendendo souvenirs, artesanato, joias, bijuterias e todo o tipo de produtos alimentícios típicos da região, várias delas oferecendo degustações. Alguns dos estabelecimentos comerciais possuem terraços, onde é possível subir gratuitamente para ter uma visão bem interessante dos telhados dos “trulli”.
Os principais “pontos turísticos” de Rione Monti são o Trullo Siamese, caracterizado pela união de duas casas pela parte superior, e a Chiesa di Sant’Antonio, igreja em forma de “trullo” construída em 1927.
Observe que os “trulli” possuem grandes sinais brancos desenhados em seus cones. Esses símbolos, alguns cristãos, outros pagãos, eram considerados mágicos e cada um tinha uma função diferente: proteger a casa, a família, trazer uma boa colheita, etc. Você encontrará essas formas em vários souvenirs de Alberobello (os comerciantes explicam o que significa cada um para tentar vender o produto).
Para uma bela vista das casinhas, vá até a Piazza Plebiscito, na parte da cidade que tem construções mais modernas. Fica perto da Piazza del Popolo e da Prefeitura, no topo de uma escadaria (para visitar Alberobello, é possível estacionar nessa região alta ou junto à zona dos “trulli”, que é mais baixa).
LOCOROTONDO
Saindo de Alberobello, dirigimos por 10 minutos e fizemos uma parada para o almoço na cidade de Locorotondo, que está na lista oficial dos “Borghi più belli d’Italia” (cidadezinhas mais bonitas da Itália). Cercado de muralhas que dão à cidade o seu formato circular (daí o nome derivado do latim “locus rotundus”, “lugar redondo”), o centro antigo de Locorotondo é todo branco, com casinhas, igrejas e alguns restaurantes que só quebram a cor da cidade em razão das várias flores nas portas e janelas.
A cidade pode ser vista com calma em uma hora, não oferecendo grandes pontos turísticos para visitar, apenas algumas igrejas (nem sempre abertas). A atração principal é caminhar pelas ruelinhas da cidade, tirando fotografias e admirando a vista dos campos do Vale d’Itria, com casas “trulli”, parreiras e oliveiras que circundam a colina em cima da qual se localiza Locorotondo.
Almoçamos em uma trattoria muita simpática, “La Taverna del Duca”, onde comi orecchieti (massa típica da Puglia em formato de orelhinha) com molho de bracciola (carne de panela enrolada). Estava bem gostoso.
OSTUNI
A 35 minutos de Locorotondo, e bem maior do que ela, fica a chamada “Città Bianca” ou “Cidade Branca”, que lembra muito a Grécia em razão de suas casas pintadas com cal branco.
Faça uma agradável caminhada pelas ruazinhas de Ostuni, admirando suas casas, antigos portais e igrejinhas, tudo pintado de branco. Não deixe de passar pela Piazza della Libertà, no centro da qual fica o Obelisco de Sant’Oronzo, construído em 1771, com mais de 20 metros de altura. Na mesma praça, você verá a Igreja do Espírito Santo, o Palazzo Municipale e a Igreja de São Francisco de Assis.
Localizada no ponto mais alto de Ostuni fica a famosa Catedral de Santa Maria Assunta, declarada monumento nacional em 1902 por decreto do rei da Itália Vittorio Emanuele III.
Da cidade, é possível ver o mar e as intermináveis plantações de oliveira da região. Quando estiver passeando nas lojinhas, aproveite para degustar e comprar bons azeites de oliva.
Leia também:
- Matera e Altamura: história no sul da Itália
- Polignano a Mare: praias e falésias de tirar o fôlego
- Salento: um pedacinho do Caribe na Itália
- De trem na Itália: dicas essenciais
- Dicas para conhecer as ruínas de Pompeia
- Capri: o que ver além da Gruta Azul
- Costa Amalfitana: dicas para uma viagem perfeita
- Costa Amalfitana: roteiro de 3 dias
Angela, excelentes seus post e dicas. O roteiro da Costa Almafitana foi perfeito. Eu já estive lá, mas pretendo voltar para conhecer melhor a região. Também senti muito só ter ficado duas noites em Sorrento. Que cidade apaixonante! Mas vamos lá, quantos dias, no total, você levou por essa região e a Puglia? Pergunto porque pretendo fazer esse roteiro, incluindo a Sicília, reservando, provavelmente, 1 mês para isso (nem sei se será o suficiente. Não sou muito de bate e volta. Por isso, gostaria de saber, quais cidades, além de Polignano a Mare e Lecce, poderia usar como bases na região da Puglia e Basilicata. Meu roteiro deverá ser o inverso do seu, seguirei da Costa Amalfitana para a Calábria, Sicília (contornando a ilha) e na Reggio Calábria direto de avião para Brindisi, na Puglia. De lá Lecce, Taranto, Matera, Albrobello e região, terminando em Bari. Por isso quais cidades usar como base na região da Puglia e Basilicata? E mais uma vez parabéns pelo Blog!
Oi, Simone! Muito obrigada pelo comentário!
Eu fiquei 5 dias na Puglia, sendo que o primeiro foi a viagem de carro da Costa Amalfitana até Polignano a Mare, com paradas para conhecer Matera e Altamura. Esse dia foi um pouco corrido. É melhor reservar um dia inteiro para passear em Matera (é inacreditavelmente grande).
Como você deve ter lido, dormi em Polignano a Mare para conhecer a parte mais ao norte da Puglia, e depois em Lecce para passear pela região do Salento.
Também me pareceram boas opções para usar como base: Brindisi e Otranto, para o lado Adriático, e Gallipoli ou Porto Cesareo para o lado Jônico.
Alberobello é bem perto de Polignano a Mare (pouco mais de 30 minutos) e mesmo de Bari (perto de uma hora), mas se quiser se hospedar ali pela região, há diversos “Agriturismo”, que são pequenos hoteis em área rural. Para ter uma ideia, há até mesmo casas trulli para alugar em Alberobello! Deve ser uma experiência bem diferente!
Espero ter ajudado um pouquinho!
Seu roteiro parece estar ficando maravilhoso. Depois me conte como foi!!
Um abraço,
Marina
Nossa Marina, fico feliz que tenha gostado e agradeço muito pelas sugestões! E pode deixar que compartilharei minhas experiências com você.
Abraços!
Simone
Vamos fazer uma passeio pelo sul da Itália , siciliA e Malta
Mas não vamos reservar hotel
Gostaria de saber em qual hotel ficar mas tipo pousada hotel castelo e em quais das cidades seria mais conveniente .
Vamos andar de carro mais ou menos uns 200km por dia , saindo e ficando em Napolis três noites
Oi, Angela! Sicilia e Malta eu não conheço. No sul da Itália visitei a Costa Amalfitana e a Puglia. Fui de Nápoles até Sorrento de carro (é perto) e fiquei hospedada lá para conhecer Capri e Positano. Depois mudei minha base para Amalfi, de onde conheci o resto da Costa Amalfitana. Você pode ver o roteiro completo aqui: https://passagemcomprada.com.br/costa-amalfitana-roteiro/
De Amalfi, dirigi até Polignano a Mare, parando em Matera e Altamura para conhecer. Isso demorou um dia inteiro. Polignano foi a minha base para conhecer a parte de cima da Puglia. Fiquei 3 noites no hotel Covo dei Saraceni. Muito bom e bem localizado. Depois, dormi em Lecce, mais ao sul ainda, para visitar as praias do Salento. É uma boa base por dar fácil acesso tanto às praias do Mar Adriático quanto às do Jônico. Fiquei no Risorgimento Resort. Excelente!
Espero ter ajudado pelo menos com relação a uma parte da sua viagem Um abraço!