Costa Amalfitana: roteiro de 3 dias
Já esclarecidos nos post anterior os detalhes práticos de quando ir, onde ficar e como se deslocar na Costa Amalfitana, registro aqui o meu roteiro completo de 3 dias pela região, com dicas para que o seu seja ainda melhor!
Dia 1
Positano
A cidade de Positano é a primeira da Costa Amalfitana para quem vem de Sorrento. São apenas 40 minutos de viagem, que recomendo fazer de manhã cedo para conseguir um bom lugar para estacionar.
Positano é famosa pelas casinhas em estilo mediterrâneo dispostas entre as inúmeras ruelinhas e escadarias que sobem da praia até a Strada Statale 163. Vistas do mar, parece que as casas estão literalmente uma em cima da outra.
Na sexta-feira pela manhã, saímos cedo de Sorrento e dirigimos tranquilamente até Positano. Como ficamos com medo de ter que subir muito para buscar o carro na hora de ir embora, fomos descendo o máximo possível pelo Viale Pasitea (passando bravamente por vários estacionamentos com vagas) até que chegamos a um ponto onde a rua começou a ficar cheia de pedestres e o deslocamento tornou-se mais complicado. Imediatamente avistamos o Parcheggio Da Gennaro. Era o estacionamento mais próximo à praia, mas custou bem caro (uns 7 € a hora). Felizmente estávamos em 4 pessoas para dividir.
A principal praia de Positano é a Spiaggia Grande, caracterizada pela areia cinzenta e pelo grande movimento de turistas. É dali que saem e chegam os barcos para outras cidades da Costa Amalfitana, Sorrento e Capri. Essa praia não nos atraiu muito, justamente em razão do grande trânsito de embarcações, então apenas observamos, tiramos algumas fotos e seguimos em busca de um lugar mais tranquilo para tomar banho.
Pegamos um caminhozinho que começa no canto direito (de quem olha para o mar) da Spiaggia Grande, a Via Positanesi D’America, pela qual, em uma caminhada de 10 minutos, passando por torres sarracenas e com belas vistas do Mar Tirreno e da cidade de Positano, chega-se até a Spiaggia del Fornillo. Essa praia é menos lotada e é bem bonita. O único defeito é que, em vez de areia, ela tem pedrinhas no chão. Isso atrapalha um pouco na hora de entrar no mar, então leve um sapatinho apropriado se tiver.
Depois da praia, aproveite para passear pelas ruelinhas de Positano, cheias de lojinhas típicas e flores por todos os lados. Não deixe também de fazer uma visita à Igreja de Santa Maria Assunta, cuja cúpula de majólica colorida é visível de diversos pontos da cidade.
Sorrento
Saímos de Positano no início da tarde, então ainda deu tempo de aproveitar bem a cidade de Sorrento, onde estávamos hospedados.
Destaco que a cidade não faz tecnicamente parte da Costa Amalfitana, mas como é próxima e pode servir de base para conhecer a região, falarei dela aqui também.
Eu, particularmente, me apaixonei por Sorrento antes mesmo de sair do carro. A cidade inteira é cheia de limoeiros, que estavam carregados de limões sicilianos enormes! Coisa mais linda!
Além disso, tem um centrinho muito agradável, com muitos restaurantes e lojas de produtos locais (vendendo roupas de linho, lenços, artesanato, cerâmica, limoncello e outros inúmeros produtos de limão). Tudo muito movimentado e cheio de vida.
Recomendo fortemente passear (e se hospedar) por perto da Via S. Cesareo, da Via Fuoro, do Corso Italia, e outras nas redondezas. É um prazer descobrir todos os cantinhos das ruelinhas da cidade.
O centro de Sorrento fica no alto de um penhasco (de onde se tem uma linda vista do mar Tirreno logo abaixo). É possível descer até a praia/Marina Piccola a pé ou de elevador – é de lá que saem os barcos para Capri e para a Costa Amalfitana.
Infelizmente, optamos por não deixar um dia inteiro só para explorar Sorrento e arredores (pudemos passear por lá apenas nos fins de tarde após retornar de Capri e Positano). Na próxima vez, certamente ficarei mais por lá!
Dia 2
Grotta dello Smeraldo
No sábado pela manhã, fizemos checkout do hotel de Sorrento e iniciamos nossa viagem rumo a Amalfi, com algumas escalas pelo caminho.
No meio da SS163, entre Positano e Amalfi, resolvemos parar na beira da estrada para conhecer a Grotta dello Smeraldo, o que foi uma ótima surpresa!
O ingresso custa 5 € e dá direito a descer até o mar em um elevador e pegar um barquinho de madeira para fazer o tour dentro da gruta. É tudo bem simples.
Quando fomos, tinha pouca gente, então em menos de 30 min já estávamos de volta na estrada. A gruta é pequena (só 45 x 32m e 24m de altura), mas a cor da água é incrível em razão da luz do sol que entra por uma passagem subterrânea. É como se viesse uma luz verde esmeralda do fundo do mar! Eu gostei muito e me senti vingada após não ter podido visitar a Gruta Azul em Capri. Recomendo ir perto do meio-dia, pois o sol está mais forte e a luz dentro da gruta fica ainda mais bonita.
Ah! Se você não estiver de carro, pode pegar um passeio de barco até a Grotta dello Smeraldo em Amalfi.
Ravello
Saindo da Grotta dello Smeraldo, seguimos para Ravello, um pequeno vilarejo medieval no alto da Costa Amalfitana. Foi tranquilo chegar lá de carro e estacionar – havia muitas vagas no estacionamento da Piazza Duomo, de onde é possível caminhar até o centrinho, que é fechado para carros.
Demos uma volta por ali, olhando as várias lojinhas de cerâmica pintada e fomos espiar a Villa Rufolo, principal atração turística da cidade, com belos jardins e vista para o mar (ingresso: 7€). Olhamos a torre medieval na entrada e, ao fundo, avistamos inúmeras estruturas de montagem de equipamentos de som, palco e luzes: estavam preparando o Ravello Festival, o festival de música mais importante da região. Perdemos a vontade de visitar e ver tudo cheio de equipamentos… Ficou para uma próxima vez.
Saímos dali e fomos tentar encontrar alguma outra parte da cidade que tivesse vista para o mar. Dito e feito!!! Seguindo pela ruazinha ao lado da Vila Rufolo (Via Giovanni Boccaccio), passamos por debaixo de um túnel e chegamos a um grande terraço com vistas deslumbrantes da Costa Amalfitana! Tiramos muitas fotos e ainda fizemos um lanche em um barzinho com vista para o mar. Os sanduíches e o suco de laranja estavam uma delícia! Aliás, é exatamente nesse terraço que fica a parada de ônibus da SITA e o ponto de táxi.
Visitamos ainda o Duomo (Catedral) e a Igreja Santa Maria a Gradillo.
Satisfeitos, seguimos viagem para Amalfi, que estávamos ansiosos para conhecer!
Amalfi
Amalfi é a principal cidade da Costa Amalfitana (como se pode ver claramente pelo nome) por ter sido um importante porto de comércio na Itália – foi a primeira das quatro repúblicas marítimas do país, ao lado de Veneza, Gênova e Pisa. Todo o comércio marítimo do século XI no Mediterrâneo era controlado pelas Tavole Amalfitane, o mais antigo código marítimo do mundo.
Hoje em dia, é um dos principais destinos de verão da Itália, com um belíssimo mar azul turquesa, comércio e restaurantes.
De Amalfi, é possível pegar barcos para Capri, Sorrento, Positano, Maiori, Minori, Cetara, Salerno, Ischia e para a Grotta dello Smeraldo. Além disso, a cidade é bem centralizada na Costa Amalfitana, sendo uma ótima base para conhecer a região.
O principal ponto turístico de Amalfi é o Duomo di Sant’Andrea, a catedral mais bonita da costa. Sua construção iniciou-se no século IX, mas passou por diversas restaurações ao longo dos anos. Lá dentro, você vai encontrar a Basilica del Crocefisso (primeira catedral de Amalfi), o Chiostro del Paradiso e a Cripta de Santo André (primeiro apóstolo). O preço para visitar a igreja é 3 €.
Fora isso, a grande atração na cidade é caminhar pelas ruazinhas olhando as lojas e curtir o clima da Costiera nos bares, restaurantes e Beach Clubs de Amalfi.
Dia 03
Era domingo e decidimos fazer uma viagem de carro de Amalfi até Vietri sul Mare, passando também por Maiori, Minori e Cetara. Grande erro!!! Como já expliquei no outro post, não conseguimos estacionar o carro em nenhuma cidade e tivemos que retornar a Amalfi para pegar um barco.
MAIORI me pareceu uma boa opção para se hospedar na região, pois tem vários prédios de apartamentos e hotéis, além da maior faixa de areia da Costa Amalfitana. Infelizmente não consegui conhecer muita coisa de lá.
Em MINORI, consegui ir rapidinho na famosa confeitaria Sal de Riso comprar uns doces enquanto o resto do pessoal esperava no carro. Ainda bem!!! Os doces são maravilhosos e valem cada centavo (era tipo 6 € cada um). O próprio chef Salvatore de Riso estava lá comandando as atendentes!
Queríamos parar em VIETRI SUL MARE especialmente para as ver as cerâmicas (a cidade é a Capital da Cerâmica da Campânia), mas foi completamente impossível. Era próximo às 11 horas da manhã e todas as ruas da cidade estavam completamente congestionadas.
CETARA foi o vilarejo que escolhemos visitar de barco, depois de largar o carro em Amalfi. Tomamos esta decisão porque Cetara era o fim da linha do barco, e assim poderíamos fazer um passeio mais longo, com paradas em Maiori e Minori. Além disso, ainda não havíamos almoçado, e Cetara é famosa pelo alici, um peixinho pequeninho de sabor forte, usado especialmente para conservas.
Passeamos pelas lojinhas da cidade (não são muitas), compramos alguns potinhos de conserva de alici (custavam só 1€ – parecia que era bem pequeno, mas tinha muuuitos peixinhos dentro daquele potinho) e sentamos para almoçar. Eu, bem esperta, pedi uma “pasta con la colatura di alici”, é claro, pois queria provar o famoso peixe. Qual não foi minha surpresa quando recebi uma massa branca, sem molho nenhum (e sem peixe nenhum), praticamente só com óleo. Depois de muito debater na mesa, pesquisamos na internet e descobrimos que a tal “colatura” é na verdade um óleo extraído do peixe. E acho que colocaram bem pouquinho no meu prato, porque nem gosto de alici tinha…. Triste…. E olha que eu falo italiano (só esqueceram de me ensinar o que era “colatura” na aula)…
Bom, erramos, mas fazer o que… Ouvi dizer que tem ótimos restaurantes em Cetara e que os pratos com alici são maravilhosos. Quem sabe numa próxima vez entro no lugar certo?
Enfim, depois do passeio em Cetara, pegamos o barco de volta a Amalfi e fizemos mais um passeio de despedida pela cidade antes de tomar o rumo da Puglia no dia seguinte.
Conclusão: três dias são suficientes na Costa Amalfitana se você não quiser ficar horas na praia e se conseguir fugir dos congestionamentos e da falta de estacionamento (seja viajando durante a semana ou fora do auge do verão, seja se deslocando de barco). Agora, se a ideia é curtir as praias com mais calma, tipo veraneio, aí sugiro ficar mais um ou dois dias.
Leia também:
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- Costa Amalfitana: dicas para uma viagem perfeita
Estou planejando nossa viagem a Costa Amalfitana e qual não foi minha surpresa quando vi que vc fez exatamente o que queremos fazer: continuar e atravessar para a Puglia. Excelentes dicas! Vou copiar tudo! rsrs
Que legal, Eunisete! Foi uma viagem maravilhosa! Podem ter certeza que fizeram uma ótima escolha. Espero que as minhas dicas possam ajudar e, se tiver qualquer dúvida, fico à disposição!
Fiz a Costa Amalfitana há mais de 20 anos, na altura já tinha muita gente. Tenho ouvido dizer que agora ainda é bastante pior. É por isso que ainda não tive coragem para regressar. Da sua experiência, acha que mesmo com muita gente vale a pena? Ou para quem já visitou nada terá mudado assim tanto que vala a pena perder a imagem idílica que tem?
Olha, Carla, eu acho que em um final de semana de verão pode ser uma experiência bem estressante! Eu recomendaria tentar ir no meio de uma semana de primavera, fugindo de sábados, domingos e feriados. Nessas condições, acho que você poderá aproveitar bastante e relembrar dos lugares que visitou há 20 anos sem multidões.
Amei esse roteiro para 3 dias na Costa Amalfitana! Na minha 1a viagem pela Itália queria ir pra lá, mas preferi deixar para uma outra oportunidade pra ter mais tempo de explorar a região, que definitivamente merece!
Eu tenho um caso de amor pela Itália e já estive algumas vezes, mas em outras regiões. A próxima da lista é Costa Amalfitana e adorei a sua sugestão de roteiro…. vai me ajudar bastante! Doida pra poder voltar pra esse país maravilhoso hehe
Eu fui até a Sorrento, ainda preciso conhecer, com calma, a Costa Amalfitana. Não vejo a hora da Itália melhorar da covid para voltar. Cada região belíssima!
É verdade! A Itália tem muito mesmo a oferecer!