Munique: o que fazer na cidade em 2 dias
Munique é uma cidade grande, com cerca de 1,3 milhões de habitantes, o que pode assustar quem tem apenas um ou dois dias para conhecê-la. Mas não se aflija, porque é possível fazer bastante coisa nesse tempo (e sem correria!).
Eis a minha sugestão de roteiro:
– DIA 1
Comece seu passeio diretamente no coração turístico de Munique: a Marienplatz. Ali, bem no centro, está a Mariensäule, famosa coluna com uma estátua dourada de Maria no topo, construída em 1638 para comemorar o fim da invasão sueca. Na praça, você também poderá conhecer o prédio mais impressionante da cidade: a nova prefeitura (Neues Rathaus), construída entre 1867 e 1908, com aparência extremamente antiga e arquitetura neogótica bem marcante.
Todos os dias, às 11h, 12h e 17h (esse último horário só de março a outubro), o relógio da Neues Rathaus, chamado de Glockenspiel, se abre para a apresentação dos bonequinhos do carrilhão, que, desde 1908, contam histórias sobre o passado de Munique.
Suba de elevador na torre da nova prefeitura (85m) para uma vista panorâmica da cidade (os ingressos, a €2,50, são vendidos no centro de informações turísticas, na própria Marienplatz). Não deixe também de entrar no pátio da prefeitura (gratuitamente), onde há um restaurante e de onde se tem uma visão diferente de sua arquitetura incrível.
Ainda na praça, ficam a Altes Rathaus (antiga prefeitura) e a Peterskirsche (igreja mais antiga de Munique, construída em 1158, com o interior decorado em uma mistura de elementos góticos, barrocos e rococó).
E atenção: não se confunda pelas aparências!!! A Neues Rathaus (nova prefeitura) é o prédio que aparenta ser mais antigo, enquanto a Altes Rathaus (antiga prefeitura) tem uma cara de mas nova. Nas fotos acima é possível entender o que eu estou querendo dizer.
Se estiver a fim de um doce, dê uma paradinha na confeitaria Rischart, uma das mais famosas da cidade, com filiais espalhadas em diversos locais. Eu provei a Himbeerkuchen, uma torta de framboesa que estava uma delícia!!!
Saindo da Marienplatz, siga pela rua para pedestres Neuhauser Strasse, cheia de lojas e muito movimentada. Ali fica a St. Michael Kirche, igreja jesuíta edificada pelo duque Guilherme V da Baviera entre 1583 e 1597 como centro espiritual da Contra-Reforma – é a maior igreja renascentista ao norte dos Alpes.
Um ótimo local para almoçar (mesmo que tarde) nessa rua comercial é o Zum Augustiner (Neuhauser Str. 27), restaurante da mais antiga cervejaria de Munique, inaugurada em 1328. Os salões são bem típicos, assim como o Biergarten ao fundo, com grandes painéis pintados nas paredes. Serve comida alemã bem gostosa.
Caminhe pela Neuhauser Strasse, fazendo compras se quiser, até a Karlsplatz, na qual você vai entrar após passar pelo Karlstor (portal que fazia parte da antiga fortaleza de Munique). Nessa praça se tem acesso a trens, metrôs, bondes e táxis. Do outro lado da rua, fica o belo prédio do Palácio da Justiça.
– DIA 2
Partindo da Marienplatz, pegue a Dienerstrasse e caminhe apenas uma quadra até o Dallmayr (Dienerstraße 14/15), empório gourmet bem bonito e cheio de produtos interessantes.
Continue seguindo essa rua, que vai mudar de nome para Residenzstrasse, até a Max-Joseph-Platz, onde você verá o Teatro da Ópera de Munique (Bayerisches Nationaltheater).
Ande pela Residenzstrasse (rua de lojas finas) até a Odeonplatz, praça encomendada pelo rei Luis I da Baviera após a demolição das fortificações da cidade no século 18. É um local histórico bem importante, por ser um dos pontos preferidos de Hitler para os seus discursos. Além disso, foi ali que, em 1923, o ditador entrou em confronto com policiais no fracassado “Putsch de Munique” e foi mandado à prisão, quando escreveu Mein Kampf. Fora o aspecto histórico, a praça é muito visitada por sua beleza, já que lembra muito uma “piazza” italiana, possuindo inclusive um monumento, o Feldherrnhalle, que é uma réplica da Loggia dei Lanzi, encontrada na Piazza della Signoria em Florença. Ali fica também a imponente Theatierkirsche (toda amarela), construída em 1690.
À direita da Odeonplatz, você verá a Residenz de Munique, palácio habitado pela família real da Baviera de 1508 a 1918. O local, hoje em dia, possui 3 setores para visitação do público: Teatro Cuvilliés (teatro estilo rococó construído entre 1751 e 1755), Tesouro (o tesouro dos Wittelsbach contém as insígnias reais e as joias da família desde a Idade Média até o Classicismo) e Museu Residenz (cômodos do palácio). Como já havia conhecido outros palácios na viagem e sabia que esse seria um passeio demorado, optei por não entrar.
Em frente à Residenz, fica o Jardim da Corte (Hofgarten), em estilo italiano renascentista muito bonito, com canteiros bem desenhadinhos e muitas rosas na primavera. A entrada é gratuita.
Saindo do Hofgarten pelo lado direito (mais distante da Odeonplatz), você estará quase no Englischer Garten (Jardim Inglês), um dos maiores parques em área urbana do mundo. Em um dia ensolarado, vale uma caminhada por lá para curtir a natureza. O parque é atravessado por um grande canal, chamado Eisbach, de forma que tem várias pontes, patinhos e cisnes (a maior concentração que encontrei da bicharada foi em volta do Japanese Teahouse Kanshoan, bem na entrada mais próxima ao Hofgarten).
Para mim, uma das coisas mais legais desse parque são os surfistas (!!!). Há um ponto do canal Eisbach bem próximo à Prinzregentenstrasse, chamado Eisbachwelle, onde a água forma uma espécie de onda bem forte e o pessoal vai lá surfar. De roupa de Neoprene e tudo! Vale a pena conferir e ficar um tempinho por lá assistindo os surfistas fazerem manobras até serem derrubados pela onda.
Caminhando por dentro do parque para o norte durante uns 20 min, chega-se ao famoso Biergarten da Torre Chinesa, onde é vendida cerveja da Hofbräuhaus e vários pratos típicos alemães. Nos finais de semana, fica lotado perto do meio-dia!
Seguindo da Torre Chinesa em direção à Leopoldstrasse, você encontrará o Siegestor, uma espécie de Arco do Triunfo alemão construído em 1852 a mando do Rei Luís I da Baviera. É claro que ele teve que ser totalmente reconstruído após a Segunda Guerra Mundial, assim como quase tudo na Alemanha. A partir dali, é possível seguir pela Leopoldstrasse, rua bem movimentada, com comércio e restaurantes, ou pela Ludwigstrasse, que leva de volta à Odeonplatz e, depois, à Marienplatz.
Se voltar para a Odeonplatz pela Ludwigstrasse, pegue agora a rua que segue pelo outro lado do Feldherrnhalle, a Theatinerstrasse, um calçadão simpático cheio de boas lojas e cafés.
Para almoçar ou fazer um belo lanche, sugiro o Viktualienmarkt, um grande mercado/feira de rua, com inúmeras opções gastronômicas, algumas lojinhas de artesanato e um grande biergarten no centro. É um lugar bem legal para passear sem pressa, olhando (e provando) todos os produtos regionais que estão à venda por ali.
Fiz um mapa com a minha sugestão de trajeto para o segundo dia, já que é mais distante do que o primeiro:
Por fim, se quiser ter uma experiência noturna (e bem animada) nas tradicionais cervejarias de Munique, dirija-se à Platz, onde você vai encontrar a Hofbräuhaus, a Ayingers e a Augustinerbräu, além de várias outras opções de restaurantes.
Mas já aviso: não espere bom atendimento na Hofbräuhaus, porque os garçons têm o pior humor possível!!!
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