Serra do Corvo Branco: curvas e mirantes de tirar o fôlego
A Serra do Corvo Branco, localizada entre os Municípios de Urubici e Grão-Pará, a 1.470m de altitude, é um passeio muito procurado por quem visita a Serra Catarinense em busca de belas paisagens.
Nesse post, eu conto todos os detalhes do meu passeio pela Serra, incluindo a visita ao parque Altos do Corvo Branco e a um “colhe-e-pague” de morangos. Então não deixe de ler até o final!
Primeira estrada a ligar o litoral à serra, ela foi toda construída em meio às montanhas, sendo cercada de enormes paredões de pedra e precipícios. Suas curvas não são para os fracos: chegam a 180º em alguns pontos, exigindo que os motoristas caprichem nas manobras para conseguir seguir adiante.
O nome da serra veio do Urubu-rei, uma ave que costuma fazer ninhos na região. Os moradores chamavam-na popularmente de corvo branco, em razão de sua penugem clara, o que acabou dando nome ao local.
A estrada é considerada uma das mais perigosas do Brasil em razão de suas curvas fechadas. A parte mais radical são os primeiros 600m para quem vem de Urubici, e o ponto mais famoso é exatamente onde começa a serra, então, se você não gosta de aventura, não precisa fazer o trajeto todo.
Partindo de Urubici, basta seguir pela SC-370 por aproximadamente 30km. A maior parte da estrada é asfaltada, mas os 5km finais são por estrada de terra bem esburacada.
A Serra do Corvo Branco inicia por uma enorme fenda de 90m de altura entre dois paredões de arenito, considerado o maior corte em rocha do Brasil.
É difícil de acreditar, mas um dia havia apenas uma rocha gigantesca que foi cortada ao meio pelos construtores da estrada!
É o ponto mais lindo da serra para tirar fotos!
Se o dia estiver ensolarado, procure estar ali em torno do meio dia, de forma que não haja sombras na estrada.
Para fazer fotos nesse local, o ideal é estacionar o carro antes da fenda, em uma região mais larga da estrada usada justamente para esse propósito. De qualquer forma, fique atento ao posar para as fotos, pois você estará no meio de uma estrada. Carros podem passar a qualquer momento!
Logo após a garganta, também dá para estacionar o carro e curtir um pouco a vista das montanhas e da parte mais crítica da estrada, onde as curvas realmente formam ângulos de 180º.
Infelizmente não pude andar por toda a extensão da Serra do Corvo Branco, pois estava chovendo e com bastante neblina, o que tornava o percurso muito arriscado.
No dia seguinte, no entanto, o tempo melhorou e, embora eu não tivesse tempo para seguir até Grão-Pará, decidi voltar até a Serra para conhecer a mais nova atração da região: o parque Altos do Corvo Branco.
Altos do Corvo Branco
O Altos do Corvo Branco fica em uma área plana logo acima da Serra, a 1.380m de altitude, e conta com 5 mirantes para observação.
A entrada é à direita de quem vem de Urubici, imediatamente antes de chegar ao corte em rocha.
Após pagar o ingresso (R$ 30,00 em outubro/2021), basta subir de carro por uma estrada asfaltada bem íngreme e cheia de curvas até o estacionamento. O percurso tem aproximadamente 1km.
O primeiro mirante fica a 135m do estacionamento e pode ser alcançado em uma caminhada se qualquer dificuldade. Ali, podemos observar de cima as curvas da Serra do Corvo Branco.
De volta ao estacionamento, caminha-se até a sede do parque, onde há banheiros novinhos à disposição e onde está sendo construído um restaurante.
Ali começa uma trilha de 340m até o Mirante 2, de onde se vê o Campo dos Padres e o corte da Serra do Corvo Branco.
Nessa região há um campo onde é possível caminhar até alguns balanços com uma vista bem bonita.
Voltando à sede do parque, é disponibilizado transporte até o mirante mais distante, o número 5, em um ônibus adaptado em épocas com mais visitantes e UTV ou caminhonete quando o movimento é menor.
No mirante 5, a principal atração é o Morro da Pirâmide, uma formação montanhosa igualzinha a uma pirâmide do Egito.
Dali, volta-se caminhando até o quarto mirante, de onde, em dias claros, é possível avistar o Morro da Igreja, as cidades de Orleans e Laguna, e até o mar!
Balanços panorâmicos garantem fotos lindíssimas!
Na volta, o transporte deixa os visitantes na base do mirante 3, onde é necessário subir um barranco bem íngreme para curtir a vista.
Lá de cima, o destaque é o Cânion Espraiado, uma das formações naturais mais bonitas de Urubici e que só pode ser visitada em passeios 4×4 e trilha.
Do mirante 3 até a sede, para encerrar o passeio, são 304m de percurso a pé.
Em dias ensolarados, vale muito a pena visitar o Altos do Corvo Branco, pois as paisagens são muito bonitas. Aliás, imagino que nos próximos anos o parque ficará ainda mais interessante, pois estão sendo desenvolvidas diversas melhorias, entre elas uma passarela de vidro por sobre a Serra.
Minhas dicas para a visita são:
1ª) vá com tempo (pelo menos umas 2hrs) para aproveitar tudo sem correria
2ª) verifique no Instagram (@altoscorvobranco) se o parque está aberto no dia da sua visita, pois quando o tempo está muito fechado as atividades ficam suspensas.
Bônus: colheita de morangos na Fruta Fina Orgânicos
No caminho para a Serra do Corvo Branco, pouco após o início da estrada de terra para quem vem de Urubici, há um local muito legal onde é possível visitar as plantações e colher as próprias frutas vermelhas.
A Fruta Fina Orgânicos é uma empresa que cultiva morango, framboesa, amora, mirtilo e physalis sem o uso de agrotóxicos. Eles produzem geleias, ketchup, mel, cervejas frutadas e frutas congeladas, que são vendidos em todo o país.
A loja fica aberta de segunda à sábado, das 8h às 12h e das 13h30 às 18h, sendo que nas épocas de safra há a opção de colhe e pague, em que os visitantes podem ter a experiência incrível de escolher uma a uma as frutas que vão comer.
Na minha visita, que ocorreu em outubro, estava na época dos morangos e foi muito legal! Passei um tempão selecionando minhas frutas direto do pé e fiquei maravilhada com o sabor. Foram os morangos mais deliciosos que provei na minha vida!
De acordo com as informações passadas pelos responsáveis, as safras ocorrem mais ou menos nas seguintes datas:
- Morango: novembro a maio (dei sorte que já estavam maduros quando estive lá em outubro!)
- Amora: final de novembro a início de janeiro
- Framboesa: dezembro a maio
Tudo isso – entrada da Serra do Corvo Branco, Altos do Corvo Branco e Fruta Fina – você consegue fazer em um turno bem aproveitado. Mas se for andar por toda a estrada até Grão-Pará, aí é melhor reservar um tempo a mais (não sei exatamente quanto, porque depende da velocidade nas curvas).
Por sinal, se alguém já fez todo o trajeto da Serra do Corvo Branco, conta pra gente como foi a experiência aqui nos comentários!
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Como faço para mais informações de hospedagem e o ônibus?
Oi, Gerson! Há diversas opções de hospedagem em Urubici. Você pode pesquisar em sites de busca como Booking, Hoteis.com e Airbnb. Quanto a ônibus, acho um pouco difícil se deslocar por lá com transporte público. Recomendo usar carro mesmo!