As belezas de Villefranche-sur-Mer, Èze e Mônaco
Nosso quarto dia na Côte d’Azur amanheceu super ensolarado: um convite para explorar as famosas “corniches”, três estradas entalhadas na montanha que vão de Nice a Menton, quase fronteira com a Itália.
Na hora de planejar a viagem, não foi fácil decidir qual trajeto fazer, pois cada uma das “corniches” tinha um atrativo diferente. A Basse Corniche (N98), ou “corniche de baixo”, é a mais bonita perto de Nice e leva até a belíssima cidade de Villefranche-sur-Mer e à península de St.-Jean-Cap-Ferrat. Dizem que na alta temporada tem muito congestionamento (eu fui em junho, então ainda estava tranquilo). Já a Moyenne Corniche (N7), ou “corniche do meio”, passa pelo famoso vilarejo medieval de Èze, enquanto a Grande Corniche (D2564), ou “corniche de cima”, é a mais vertiginosa, tendo em vista a sua localização a 550m acima do nível do mar.
Apesar das vistas maravilhosas, nenhuma das estradas têm locais para parar o carro, então o único jeito de tirar fotos é em movimento ou estacionando em alguma cidadezinha.
Depois de muito pesquisar, descobri (em outros blogs queridos) uma maneira de reunir o melhor das “corniches” e conhecer todas as cidades que eu queria!
O roteiro ficou assim:
Villefranche-sur-Mer
Saímos de Nice pela Basse Corniche, passando pelo porto, e seguimos em direção a Villefranche-sur-Mer.
A ideia ali era só dar uma olhadinha e seguir viagem, mas quando vimos a cor do mar, foi impossível não estacionar sair passeando com calma. O estacionamento ao lado da Citadelle era bem amplo e custava só €1,80 por hora.
Caminhamos em torno da Citadelle Saint Elme (do século XVI), costeando o mar, sempre maravilhados com a cor e a transparência da água. Na parte superior, muitas flores e um panorama lindíssimo.
Essa fortaleza foi construída em 1557 para defender a cidade e o seu porto (Port de la Darse – o único porto natural que existiu nas águas profundas do Mediterrâneo durante séculos). Atualmente, a Citadelle pertence ao Município e é sede da prefeitura e de um centro cultural composto por um auditório, jardins, museus e um teatro a céu aberto. A entrada é gratuita e o complexo fecha só nos domingos pela manhã.
O centrinho antigo da cidade também é muito bonitinho, cheio de casinhas coloridas, flores e lojas. No dia que estivemos lá, acontecia uma feirinha de artesanato.
Depois de passear por ali, decidimos conhecer as praias, que ficavam um pouquinho mais longe. Então, de carro, pegamos a rua na beira do mar e seguimos as flechas em direção a “plage”. Não foi uma experiência muito agradável… A ruazinha foi ficando cada vez mais estreita e cheia de carros nas duas mãos (sendo que cabia só um carro na rua). Não me admira que os veículos da região sejam todos arranhados nas laterais! No fim, seguimos até o final da rua (onde havia um estacionamento lotado) e acabamos voltando tudo (sufoco duplo), sem nem conseguir parar para tirar uma fotinho na praia.
Mas tudo bem, porque o melhor ainda estava por vir.
Chegando de volta perto do centrinho, pegamos o Boulevard Napoléon III em direção a Saint-Jean-Cap-Ferrat e, mal a estrada começou a subir, a vista espetacular apareceu!
Nessa parte, há diversos locais onde é possível parar o carro para tirar fotos (e nós paramos em vários, porque parecia que ia ficando cada vez mais bonito!). Os desenhos das cores no mar da Côte d’Azur foram, provavelmente, a imagem mais linda que tivemos da região!
Dali, demos uma volta de carro por Saint-Jean-Cap-Ferrat, onde a principal atração é a Villa Ephrussi de Rothschild, um palacete veneziano de 1905, com móveis, tapeçarias e arte da época, além de diversos jardins para visitar. Nós não entramos, mas se tiver interesse, o site oficial tem todas as informações necessárias.
Voltamos um pouco em direção à Villefranche-sur-Mer e pegamos a Moyene Corniche em direção a Èze (basta colocar Èze no Google Maps que ele manda ir por esse caminho).
Èze
Èze é uma village perché (vilarejo encarapitado sobre a montanha) muito turística, então ao se aproximar da cidade já começamos a ver os estacionamentos lotados. Achamos que não seria possível estacionar, mas logo conseguimos uma vaga: a rotatividade é bem grande, pois a visita ao vilarejo não demora muito tempo.
A cidade é muito bonitinha, toda florida e cheia de lojinhas, mas o acesso não é para qualquer um. Tem bastante subida (a pé) para chegar até lá, tanto por ladeiras, quanto por escadarias. Não é nem um pouco recomendável para quem tem dificuldade de locomoção.
Lá no alto fica o Jardin Exotique, um jardim formado principalmente por espécies variadas de cactos e suculentas. É o único lugar na cidade em que se consegue ver a vista da costa. A entrada custa €6,00.
Para quem acha que tem dificuldade com subidas, deixo a minha opinião: Èze não é mais bonita do que tantas outras cidadezinhas medievais que você vai encontrar na Côte d’Azur e na Provence, então não se mate para conhecê-la! Prefira outras com acesso mais fácil, como Saint-Paul de Vence, por exemplo.
Mônaco
Saindo de Èze, seguimos viagem para Mônaco, o principado chiquetérrimo famoso pelo GP de Fórmula 1.
Deixamos o carro em um estacionamento supermoderno localizado embaixo da Vieille Ville (cidade antiga) e subimos de elevador (essa parte antiga de Mônaco fica bem no alto).
Saímos em frente ao Museu Oceanográfico, um enorme prédio construído na beirada de um rochedo pelo Príncipe Albert I, que dedicou grande parte de sua vida ao estudo dos oceanos. De acordo com o site oficial, o museu conta com aquários, fotografias, esqueletos de animais marinhos, espécimes embalsamados, entre outras coisas. Os ingressos variam de € 11 a € 16, dependendo da época do ano.
Bem pertinho do Museu fica também a Catedral de Mônaco, construída 1875 em estilo românico-bizantino. Ali estão os túmulos dos Príncipes anteriores e da Princesa Grace (a famosa Grace Kelly), que faleceu em 1982 em um acidente de carro.
Em frente à Catedral, pegamos um caminhozinho para pedestres bem na beira do rochedo (Ruelle Sainte Barbe) e fomos presenteados com uma bela vista do Port de Fontvieille, cheio de iates atracados.
No final do caminho, chegamos à Place du Palais (Praça do Palácio) e ao
Palais Princier de Monaco (Palácio do Príncipe de Mônaco), residência oficial da família real.
A estrutura que abriga o Palais, uma antiga fortaleza construída pelos genoveses em 1215, é cercada por canhões, mas, para ser bem sincera, não parece muito um palácio. De qualquer forma, dizem que por dentro é uma das mais luxuosas residências em estilo Luís XIV (os apartamentos são abertos ao público durante parte do ano – em 2019, entre 02/04 e 15/10 – e a visita custa €8, de acordo com o site oficial). Além disso, todos os dias às 11:55 da manhã, ocorre na Place du Palais a troca da guarda – chamada “Compagnie des Carabiniers du Prince”.
O que mais gostei dali, no entanto, foi a vista do Port Hercule cheio de iates, com Monte-Carlo ao fundo.
Saindo da Place du Palais, caminhamos sem pressa pelas ruelinhas na cidade antiga, cheias de lojinhas, restaurantes e prédios históricos.
Depois de pegar o carro no estacionamento, dirigimos em direção a Monte-Carlo, passando pelas ruas onde ocorre o Grande Prêmio de Fórmula 1, incluindo o local da largada (ficam as marcas no chão), a linha de chegada e o famoso túnel. Quem já viu a corrida pela TV vai reconhecer direitinho! É bem interessante!
Conseguimos estacionar bem perto do Cassino de Monte-Carlo, em um shopping center.
Construído em 1863 a partir de um projeto de Charles Garnier (o mesmo da ópera da Paris), o Cassino de Monte-Carlo possui uma arquitetura de tirar o fôlego, especialmente o saguão (onde é possível entrar gratuitamente), com afrescos, esculturas e 28 colunas de ônix, tudo em tons de rosa e dourado. Lá dentro também fica a Ópera de Mônaco (chamada Salle Garnier), uma miniatura da Ópera Garnier de Paris.
Vale a pena também caminhar pelos jardins em torno do cassino, muito bonitos e organizados, para observar a bela arquitetura do prédio por todos os lados, além dar uma espiada nas lojas caríssimas e nos carros de luxo que ficam nos arredores.
Terminado nosso passeio por Mônaco, voltamos tranquilamente para Nice pela Basse Corniche, passando dentro das cidadezinhas de Cap d’Ail e Beaulieu-sur-Mer.
Maravilhosa
Essa região é demais mesmo!
Adorei seus roteiros e as dicas!!! Esta me ajudando muito na preparacao do meu roteiro! Estaremos indo no meio de Abril.
Que bom, Marcela! Você vai gostar muito da região, é linda!!! Se tiver alguma dúvida ou quiser alguma dica mais personalizada, é só chamar!
Gostei muito do seu blog, dicas e fotos bem interessantes!
Obrigada!