O que fazer em Willemstad, a capital de Curaçao
Fundada pela Companhia das Índias Ocidentais Holandesa em 1634, a capital de Curaçao, Willemstad, merece uma visita especialmente em razão de sua colorida arquitetura colonial, tão bem preservada que foi declarada patrimônio mundial pela UNESCO em 1997. Por isso preparei esse post, mostrando um pouco o que tem para fazer em Willemstad e dando algumas dicas de lugares para conhecer na cidade.
PUNDA
A cidade de Willemstad foi construída às margens da baía de Saint Anna, que conecta o porto natural de Schottegat ao mar do Caribe, sendo que o bairro de Punda, do lado leste da baía, foi o primeiro a se desenvolver, com uma arquitetura muito semelhante à encontrada em Amsterdam.
Ali, de frente para a baía, você vai encontrar as famosas “casinhas coloridas” de Curaçao, presentes em todas as fotos da ilha.
Apesar de parecer que o objetivo das cores é meramente turístico, a explicação fornecida por lá é outra. Dizem que antes de 1837, quando ainda não era muito comum o uso de óculos de sol, as casas eram completamente brancas, o que causava muitas dores de cabeça e problemas oculares em razão da constante incidência solar na ilha. Por essa razão, foi criada uma lei obrigando os proprietários a pintar suas casas de cores diversas. E não é que a lei deu certo e continua vigente até hoje?!
A melhor vista das casinhas é da Queen Emma Bridge, uma ponte móvel, construída em 1888, e com uma característica um pouco diferente das demais. Isso porque, ao contrário das outras pontes móveis, ela não “levanta”. Na verdade, ela abre para o lado, como uma porta, até ficar paralela à margem do canal. E como isso é possível? Ela fica sobre pequenos barcos, sendo que o da ponta tem motor e um barqueiro, que “dirige” a ponte toda até a margem.
Enquanto os navios ou embarcações menores atravessam a Sint Anna Bay, a ponte fica aberta (e o pessoal fica em cima dela aguardando pacientemente). Quem ficou do lado de fora e está com pressa, pode pegar um dos ferries disponibilizados gratuitamente para fazer a travessia.
E, particularmente, recomendo correr para cima da ponte quando escutar a sirene (que avisa que as portas vão se fechar), pois afinal não é todo dia que você vai ter a oportunidade de “andar de ponte”, né?
De cima dela também se tem uma ótima vista da Queen Juliana Bridge, a ponte mais alta do Caribe, com 56m de altura.
Bem em frente à Queen Emma Bridge, em Punda, você vai avistar o Fort Amsterdam, o forte mais antigo de Curaçao, construído em 1635 para proteger a ilha de ameaças externas. Hoje em dia todo pintado de amarelo, é considerado patrimônio mundial pela UNESCO e abriga escritórios administrativos e militares do governo.
Ao lado do forte, na Breedestraat, começam a aparecer as muitas lojinhas de Punda, voltadas especialmente para os turistas.
A primeira e mais chamativa é a Penha, especializada em perfumes e maquiagens. Mesmo que você não tenha interesse nos produtos, vai gostar de tirar foto de sua fachada em estilo colonial, com uma caprichada pintura amarelo clara.
Dali, é só sair explorando as demais ruas comerciais do bairro, como Handelskade, Heerenstraat e Columbusstraat, por entre as quais vai encontrar algumas marcas conhecidas, como Victoria’s Secret, Crocs e Pandora, além de diversas lojas de joias, souvenirs e eletrônicos (destaque para a Boolchand’s, a mais conhecida do Caribe).
Não faltam também opções de bares e restaurantes, como o Iguana Café, o La Bohème e o Café de Tijd (melhores costelinhas ao molho barbecue da vida!!!).
No final da Breedestraat, chega-se ao Wilhelmina Park, onde ficam dois grandes letreiros bem legais para tirar fotos: o de CURAÇAO e o DUSHI (palavra muito comum em papiamento usada para descrever as coisas boas da vida).
Bem no coração de Punda fica também algo que eu achei muito interessante: a mais antiga sinagoga das Américas, chamada Mikvé Israel-Emanuel. Conta a história que alguns dos membros fundadores da Companhia das Índias Ocidentais Holandesa eram judeus, o que levou a empresa a, em 1651, enviar doze famílias judaicas para Curaçao, que ali se instalaram e estabeleceram a primeira comunidade judaica deste lado do planeta.
O ingresso para visitar a sinagoga e o museu anexo custa US$ 10.
Se estiver procurando souvenirs com bons preços, vá até o Ronde Markt, um mercado coberto bem decadente, mas com algumas bancas vendendo lembrancinhas de valores mais atrativos do que os das lojas.
Outro tradicional mercado da ilha (mas este bem cuidado em em plena atividade) é o Plasa Bieu, onde pequenas banquinhas preparam refeições locais a preços populares. Frequentado tanto por moradores de Curaçao quanto por turistas, é uma boa oportunidade de provar alguns pratos típicos da ilha. Aberto das 10h às 15h.
PIETERMAAI
Mais um distrito histórico de Curaçao, Pietermaai é onde viviam os capitães e oficiais dos navios holandeses. Ali você vai encontrar uma arquitetura neoclássica acompanhada de muitas cores, como em toda Willemstad.
O destaque do bairro é a Nieuwestraat, muito simpática, com luzinhas penduradas sobre a rua, casinhas coloridas e cheia de bares e restaurantes. Tente ir à noite para ver o movimento!
SCHARLOO
Distrito localizado ao norte de Punda, do outro lado da baía Waaigat, conhecido pelas mansões coloniais lindamente preservadas, que mais parecem bolos de casamento. Essas belas propriedades, que datam do século XIX, eram as casas dos membros da alta sociedade de Curaçao, formada especialmente por grandes mercadores.
Estão concentradas, em sua grande maioria, na Scharlooweg, onde você pode caminhar tranquilamente ou apenas passar de carro se estiver sem tempo. Hoje em dia, elas abrigam hotéis, bancos e museus.
Ainda em Scharloo, mas a alguns minutos de caminhada dessas casas chiques, fica uma região bem mais simples, escolhida por vários artistas de Curaçao para pintar grandes murais coloridos. Achei os murais bem bonitos, mas me parece que deveriam trabalhar um pouco mais na revitalização da área, pois as obras de arte quase se perdem no meio de um quarteirão com muitas casas malcuidadas ou abandonadas. Placas indicativas então, nem pensar…
De qualquer forma, deixo aqui a localização no Google Maps de onde você encontra os murais de Scharloo, também conhecidos como “Street Art Skalo”.
OTROBANDA
Bairro que se desenvolveu no início do século XIX, quando Punda começou a ficar apertado e é, hoje em dia, a região favorita dos locais para comer, fazer compras e se divertir. O nome deriva justamente do fato de se localizar do “outro lado” da baía de Sint Anna (“otrobanda”) – papiamento é um idioma muito interessante e intuitivo! Hehe!
Aliás, minha dica para visitar o centro de Willemstad é estacionar em Otrobanda, mais precisamente no Renaissance Mall&Rif Fort, um shopping e hotel com um grande estacionamento fechado gratuito.
Gostei bastante de estacionar ali, porque, além de dar uma sensação de segurança (e de ter sombra), você sai no meio desse shopping bem bonito, cheio de lojas de renome e restaurantes interessantes. À noite, é tudo bem iluminado e cheio de vida, inclusive com música ao vivo em alguns dias.
PUNDA VIBES
Sugiro fortemente que você programe sua visita a Willemstad para uma quinta-feira à tarde/noite. Isso porque, nesse dia, ocorre um evento chamado Thursday Punda Vibes, que envolve shows de dança folclórica, música ao vivo em bares e restaurantes, feirinha de artesanato, lojas abertas até mais tarde, fogos de artifício e outras atrações. O clima da cidade fica muito mais animado, cheio de gente nas ruas (o que não se vê nas outras noites), tornando esse o dia perfeito para passear em Willemstad.
Para a programação completa, com horários e locais das atividades, acesse a página da organização Punda Loves You no Facebook, pois eles criam semanalmente um evento com todas as informações do Punda Vibes de cada quinta-feira.
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