O que fazer em Tóquio em 7 dias
Quando a gente ouve falar em Tóquio, logo vem à cabeça aquela imagem de modernidade, agito, luzes, sofisticação e muita (mas muita) gente. E a nossa imaginação não poderia estar mais certa: a cidade é tudo isso e muito mais!!! Por isso não é fácil decidir o que fazer em Tóquio em 7 dias, mas, com um pouco de organização, dá para ver muita coisa!
A capital do Japão é a metrópole mais populosa do mundo, com mais de 35 milhões de habitantes. Mas não se engane: Tóquio não é uma cidade e sim uma das 47 províncias japonesas, dividindo-se em 23 distritos autônomos, além de diversas cidades e vilas. É uma bela confusão, se você perguntar a minha opinião, mas achei que era minha obrigação esclarecer essa questão.
Para dizer a verdade, eu realmente senti que cada região de Tóquio que eu visitava era uma cidade diferente: além de características diversas, me chamou a atenção o fato de que, ao redor da principal estação de metrô do “bairro”, havia um “centro” completo, com várias lojas de departamentos, outdoors estilo “Times Square”, restaurantes e tudo o mais que fosse necessário para me deixar de boca aberta.
Por isso, eu diria que a melhor estratégia para passear por Tóquio é reservar um turno ou um dia (dependendo da região) para visitar cada “bairro” sem pressa, com tempo de entrar em lojas, templos ou parques que chamem atenção, comer alguma coisa boa que apareça pelo caminho e sentir a vibe de cada lugar.
Nesse post, vou listar as principais regiões da cidade, não necessariamente respeitando limites geográficos e nomenclaturas oficiais (até porque não são muito relevantes para turistas), e contar um pouquinho do que eu achei interessante em cada uma. E mantenha sempre em mente que dá para visitar tudo isso em 7 dias sem problemas!
ASAKUSA
Asakusa é uma região de Tóquio onde você ainda pode sentir, em uma certa medida, a atmosfera do período Edo, especialmente em razão da presença de algumas construções e lojinhas antigas.
A principal atração por ali é o Templo Senso-ji, o mais antigo de Tóquio, construído em 628. Esse foi o local onde vi mais turistas na cidade, incluindo diversas excursões, por isso recomendo que você faça sua visita pela manhã, o mais cedo possível.
Saindo do metrô na Asakusa Station e caminhando por poucos metros, você vai se deparar com o famoso portão Kaminarimon, todo vermelho, decorado com uma enorme lanterna japonesa e protegido por duas estátuas guardiãs.
Esse portão é a entrada do Templo Senso-ji e, entre ele e o Portão Hozomon, que marca a entrada para o salão principal, há uma rua comercial chamada Nakamise. Ao longo de seus 250m de comprimento, a Nakamise conta com 90 lojinhas do período Edo que, hoje em dia, vendem principalmente souvenirs e produtos alimentícios. As lojinhas abrem em torno das 9h da manhã.
Dali se tem uma vista bem bonita da entrada do Senso-ji na época das cerejeiras.
Passado o Portão Hozomon, você encontrará o salão principal do Senso-ji, normalmente cheio de fiéis e turistas, e um pagode de 5 andares, tudo bem vermelhinho.
Essa parte do passeio não dura mais que uma hora e dali você pode continuar caminhando por Asakusa (há outras ruas comerciais interessantes, que ainda pretendo visitar um dia, como a Kappabashi Dogugai, focada em objetos e ingredientes para cozinhar), seguir a pé na direção de Ueno ou na direção da Tokyo Skytree, passando pelo Rio Sumida (lindo na época das cerejeiras).
TOKYO SKYTREE
A Tokyo Skytree é o segundo maior prédio do mundo, com 634m de altura, ficando atrás apenas do Burj Khalifa em Dubai (com 828m). É a principal torre de transmissão de televisão e rádio da região de Kanto e, obviamente, é um ícone de Tóquio.
Chegar até lá é muito fácil: você pode fazer uma caminhada de 20min, se quiser conjugar o passeio com Asakusa e o Rio Sumida (como eu fiz), ou ir de transporte público e descer bem em frente ao prédio, na Estação Oshiage (Skytree) do metrô, ou na Estação Tokyo Skytree de ônibus.
Existem dois decks de observação na torre abertos à visitação: um a 350m de altura, chamado Tokyo Skytree Tempo Deck, todo envidraçado e proporcionando vistas de 360 graus, e outro a 450m de altura, o Tokyo Skytree Tembo Galleria.
Os ingressos variam de ¥1,100 a ¥4,200, dependendo dos dias da visita, dos andares incluídos, e do tipo de tíquete (com ou sem “entrada rápida”). Todas as opções estão no site em inglês.
Eu confesso que preferi não subir na Tokyo Skytree, pois tinha recém visitado o Burj Khalifa em Dubai e não estava com vontade de ficar em longas filas e nem pagar ¥4,200 pela experiência.
O que eu fui fazer lá então?
Além de ver a torre de pertinho, visitei o Solamachi Building, prédio grudado na Skytree, com um mercado gourmet bem interessante no térreo, praça de alimentação, lojas e dois andares (6º e 7º) cheios de restaurantes com preços acessíveis. Comi um sushi delicioso e bem especial no Tokyo Edo Sushitsune.
Fora isso, o prédio conta com um elevador panorâmico que leva até o 30º andar, de onde se tem uma bela vista da cidade e da própria Tokyo Skytree – o andar inteiro é envidraçado. Ali também há diversos restaurantes chiques, todos com vista.
O melhor de tudo? Não paguei nem um centavo pelo passeio!!!
UENO
Essa região, também próxima de Asakusa, abriga o famoso Parque de Ueno, um dos locais favoritos dos moradores da cidade para observação das cerejeiras e casa do Zoológico de Ueno, do Tokyo National Museum, do National Museum for Western Art, do Tokyo Metropolitan Art Museum e do National Science Museum.
Em torno da estação de Ueno, você vai encontrar um comércio muito forte, com destaque para o Mercado Ameyoko e para a loja de doces Niki no Kashi.
Mas como já falei sobre Ueno em outro post, vou seguir adiante.
– Leia mais sobre Ueno em: Onde ver as cerejeiras em Tóquio
SHINJUKU
A região ao redor da Estação de Shinjuku (a maior do mundo) tem muito a oferecer! Além de uma parte super moderna, com enormes prédios que abrigam empresas, instituições financeiras e órgãos administrativos (como o Tokyo Goverment Buiding, com vista gratuita para toda a cidade), Shinjuku tem também muitas lojas, restaurantes e uma zona bem interessante de entretenimento adulto, com bares, teatros, cinemas, casas de jogos (panchiko) e muito neon.
Justamente por ser uma região tão rica em atrações, mereceu um post inteirinho só para ela cujo link deixo aqui embaixo.
– Para saber mais sobre o que fazer em Shinjuku, clique aqui: Shinjuku: compras, arranha-céus e muito neon
TOKYO TOWER
Construída em 1958 para atender às necessidades de transmissão da nova rede de televisão japonesa NHK e simbolizar o crescimento do país no pós-guerra, a Tokyo Tower tem 333m de altura e era a maior torre do mundo no momento de sua finalização. Hoje em dia, ainda é segunda maior estrutura artificial do Japão, sendo superada apenas pela Tokyo Skytree.
Como se pode perceber por uma rápida olhada, a Tokyo Tower tem um design baseado na Torre Eiffel, mas ganha dela em 13 m na altura!
É possível subir em dois observatórios localizados na torre, a 150m e a 250m de altura. Os ingressos custam 900 ienes para visitar o observatório principal (150m) e 2.800 para ter acesso aos dois. No site tem todas as informações detalhadas em inglês.
A estação de metrô mais próxima é a Akabanebashi.
Eu preferi apenas observá-la e fotografá-la de longe e, para isso, escolhi visitar o Shiba Park (bem ao lado da estação Akabanebashi), que estava cheio de cerejeiras e tulipas floridas, e também o Templo Zozoji, construído em 1393 e transferido para a localização atual em 1598.
Ali fica a mais antiga estrutura de madeira de Tóquio, o Portão Sangedasumon, além de um sino de 15 toneladas e um jardim cheio de estátuas jizo representando crianças que faleceram antes de seus pais. Apesar de triste, o local é muito bonito.
ODAIBA
Odaiba é um distrito mega futurístico localizado sobre ilhas artificiais na baía de Tóquio. Lá você vai encontrar muitos shoppings, arcades, parques de diversão e vistas deslumbrantes do skyline da cidade.
– Para ler o meu roteiro completo em Odaiba, acesse: Odaiba: a região mais futurística de Tóquio
GINZA
Ginza é uma das regiões comerciais mais importantes de Tóquio. Por ali você vai encontrar todas as marcas famosas, desde as mais chiques até as consideradas populares. Além disso, o distrito abriga enormes lojas de departamentos, com destaque para a praça de alimentação da Ginza Mitsukoshi e para a famosa torre do relógio da Ginza Wako, construída em 932.
Quem é fã da Uniqlo, aquela loja japonesa conhecida principalmente pelos casacos estofados que cabem dentro de um saquinho e que já se espalhou pelo mundo todo, não pode deixar de visitar a maior filial de todas, com 12 andares (!!!), localizada em Ginza.
Nos finais de semana, das 12h às 17h, a rua principal do “bairro”, a Chuo Dori, onde ficam a maioria das lojas, é fechada para carros, tornando-se um grande calçadão. É muito agradável caminhar por ali com todo o espaço extra, olhando as vitrines com calma e podendo sentar para descansar nas mesinhas posicionadas no meio da rua.
A menos de 15 minutos de caminhada da área comercial de Ginza, chega-se ao mercado externo de Tsukiji (em inglês, Tsukiji Outer Market), paraíso para provar os sushis mais frescos de Tóquio! São diversas bancas vendendo frutos do mar, carnes, vegetais e petiscos variados, além de alguns utensílios de cozinha e doces.
Foi ali que experimentei o “Taiyaki“, um bolinho/crepe japonês em formato de peixe, normalmente recheado de feijão doce ou creme. Eu provei o de creme e estava delicioso – e pudera, a senhora que preparava o doce parecia fazer isso há uns 80 anos.
O Tsukiji Outer Market é muito popular na hora do almoço, então pense em ir mais cedo para fugir das multidões. Se fizer questão de almoçar por lá, considere a possibilidade de comer pelas 11h da manhã.
Como ainda era cedo quando chegamos no Tsukiji, só provamos alguns poucos sushis especiais, como o de atum gordo, chamado “torô”.
Mais tarde, almoçamos em um restaurante bem perto dali, o Tsukiji Tama Sushi (filial de Harumi-dori), muito gostoso e frequentado praticamente só por japoneses.
TOKYO STATION
A Estação de Tóquio, além de um importante hub de transportes da metrópole, pode ser considerada uma atração turística por si só, diante da grande variedade de opções de compras e alimentação que oferece. O prédio da estação foi construído em 1914 em um estilo renascentista todo de tijolinhos vermelhos e é considerado “Propriedade Cultural Importante”. Lá dentro, entre muitas lojas e restaurantes, você encontra a Tokyo Ramen Street, uma rua subterrânea que reúne os melhores e mais famosos ramens de Tóquio.
Além disso, como já comentei nesse post aqui, bem na frente da estação fica a rua Sakura Dori, muito bonita na época da floração das cerejeiras.
Para quem gosta de Pokémon, vale a pena seguir umas duas quadras por essa rua até a Takashimaya e visitar a Pokémon DX, melhor loja dedicada ao desenho japonês que encontrei no país (e posso dizer que visitei várias…). A variedade de produtos é incrível e, pelo que entendi, alguns dos Pokémons em edições especiais só são vendidos nessa loja (como o Pikachu comemorativo à floração das cerejeiras, que estava sendo vendido quando visitei).
Fora isso, há aparições de personagens e um Pokémon Café (mas pra esse é necessário fazer reserva antecipada pela internet).
AKIHABARA
Akihabara é aquela região de Tóquio famosa pelas lojas de eletrônicos (novos e usados, mas todos em perfeito estado de conservação) e de produtos voltados à cultura geek.
Desça na Akihabara Station do metrô e passeie tranquilamente pela rua principal do “bairro”, entrando nos diversos arcades com máquinas de pegar brindes e jogos eletrônicos (normalmente, cada andar é dedicado a algum tipo de jogo diferente) e explorando as enormes lojas vendendo câmeras, videogames e todo o tipo de aparelho eletrônico de última geração.
Divirta-se observando as funcionárias do inúmeros Maids Cafés que ficam com suas roupinhas de garçonete/boneca convidando os pedestres para entrar nos seus estabelecimentos. Para quem não sabe, os Maids Cafés são uma das coisas mais bizarras do Japão: a pessoa paga para entrar no local, onde será atendida por “serventes” com roupinhas típicas, inspiradas nos animes japoneses, que vão chamar o cliente de “mestre”, bajulá-lo, fazer joguinhos e cantar musiquinhas bobas. O mais louco é que muito homens sozinhos frequentam esses lugares para serem mimados pelas moças.
Aproveite também para conhecer uma casa de “pachinko”, o “cassino” japonês. Lá dentro, há inúmeras maquininhas individuais com um jogo eletrônico muito louco, cheio de luzes e barulhos ensurdecedores, onde as pessoas passam horas viciadas jogando e fumando loucamente. Vale entrar para conhecer (e sair assim que pirar com o barulhinho das máquinas! Haha).
Só uma dica: visite o bairro à tarde e, se quiser ver tudo iluminado, espere até escurecer, mas não chegue diretamente à noite. A maioria das lojas fecha bem cedo, tipo 19h ou 20h, então a região já fica mais mortinha depois desse horário.
HARAJUKU
Harajuku é uma das regiões mais legais para passear em Tóquio, trazendo uma gama bem variada de estilos, dependendo da rua em que você esteja. Lá você encontra a rua mais Instagramável da cidade, a Takeshita-dori, cheia de lojinhas simpáticas e doces coloridos. Fora isso, o bairro é ótimo para fazer compras, com as lojas das melhores marcas do mundo inteiro nas avenidas Meiji-Dori e Omotesando.
SHIBUYA
Casa do famoso cruzamento mais movimentado do mundo, o Shibuya Crossing, a região de Shibuya é mais um paraíso para os compradores de plantão, com várias lojas de departamentos gigantes e estabelecimentos de todas as marcas que você possa imaginar, principalmente nos arredores da rua comercial Center Gai.
Como as regiões de Harajuku e Shibuya são muito próximas uma da outra e são muito ricas em pontos de interesse, fiz um post específico para contar tudo sobre elas e dar muitas dicas do que encontrei por lá (especialmente as minhas lojas favoritas!). Não deixe de ler!
– Para saber mais sobre Harajuku e Shibuya, acesse: O que fazer em Harajuku e Shibuya
Como é de se imaginar, esse é só um resumão do que tem para fazer em Tóquio e foi o que eu consegui visitar em 7 dias (incluídas aqui as muitas horas olhando cerejeiras, hihihi)! A cidade – ou cidadeS – é gigante e em cada “bairro” daria para passar vários dias explorando todos os cantinhos!!! Mal posso esperar para voltar!
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Leia também:
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