Roteiro de 3 dias em Barcelona
Barcelona está nos planos de todo mundo que viaja para a Espanha, e não sem razão: a cidade tem muito a oferecer! Obras arquitetônicas, museus, bairros históricos e modernos, mercados, praias, restaurantes, bares e muito agito são apenas alguns exemplos do que você vai encontrar (e viver) por lá. E para ajudar no planejamento da sua viagem, preparei um roteiro de 3 dias em Barcelona, com alguns dos lugares mais interessantes da cidade e muitas dicas para você anotar!
Nesse roteiro, você vai encontrar:
Eu organizei minha viagem com a ajuda do site oficial de turismo de Barcelona, o “visitbarcelona.com“, onde tem sugestões de roteiros, agenda de eventos, orientações sobre transporte, dicas do que conhecer, onde comer, onde ficar e até venda de ingressos e passes. É uma ótima maneira de obter informações oficiais e sempre atualizadas sobre a cidade!
DIA 1
Passeig de Gràcia
O Passeig de Gràcia é uma grande avenida arborizada que vai da Plaza Catalunya até o bairro de Gràcia. É o começo perfeito para o seu roteiro de 3 dias em Barcelona!
No final do século XIX e início do século XX, essa rua tornou-se uma das favoritas da burguesia catalã: todos queriam ter suas mansões construídas ali. O resultado disso foi que, hoje em dia, uma tranquila caminhada pelo Passeig de Gràcia permite ao visitante observar alguns dos mais emblemáticos exemplos da arquitetura modernista catalã.
Aliás, uma das quadras dessa avenida, entre as ruas Aragó e Consell de Cent chegou a receber um apelido especial: “La Manzana de la Discordia” (“a maçã da discórdia”). Isso porque ali foram construídas/reformadas casas grandiosas, por alguns dos maiores arquitetos da época, que competiam entre si para ver quem projetaria a obra mais impressionante. São a Casa Lleó Morera, de Domènech i Montaner, a Casa Mulleras, de Enric Sagnier, a Casa Josefina Bonet, de Marcel-li Coquillat, a Casa Amatller, de Puig i Cadafalch, e a Casa Batlló, de Antoni Gaudí.
Além de conhecer essas (e outras) casas tão lindas, a outra grande atração do Passeig de Gràcia são as compras. Inicialmente você pode se assustar, pois ficam ali lojas de algumas marcas caríssimas, como Prada, Dior, Gucci, Cartier e por aí vai. Mas se o seu bolso não estiver tão carregado assim, não se preocupe, lojas como ZARA, Mango, H&M e Uniqlo também tem unidades na avenida e podem se encaixar perfeitamente no seu roteiro de 3 dias em Barcelona.
Casa Batlló
Nossa primeira parada no roteiro será na Casa Batlló, reformada por Antoni Gaudí em 1904 a pedido de Josep Batlló Casanovas (um rico industrial do setor têxtil). Grande exemplo arquitetônico do Modernismo Catalão, a casa foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2005.
Quem olha só de fora já se impressiona com a fachada colorida, cheia de referências à natureza, e com as janelas e sacadas que lembram ossos e máscaras (ou caveiras). O telhado, também visível do exterior, é todo colorido, parecendo muito com um réptil ou com o dorso de um dragão.
Já o interior, para mim, remete muito ao fundo do mar: paredes que lembram escamas de peixe, azulejos e vitrais em tons de azul, teto que parece um redemoinho e detalhes em vidro na subida das escadas que nos dão a impressão de estar olhando através da água.
Conforme vamos subindo (há vários lances de escada), encontramos diversos cômodos com trabalhos em vidro, madeira, cerâmica e gesso, tudo pensado para destacar luzes naturais e cores.
Nos dois terraços – um no meio do prédio e o outro em cima – mosaicos coloridos encantam e garantem belíssimas fotos. Lá no alto, até mesmo as chaminés são cobertas de “trencadís”, a famosa técnica muito utilizada por Gaudí que consiste em juntar pequenos cacos/sobras de cerâmica ou outros materiais formando um mosaico.
Para quem gosta de arte digital, uma exposição imersiva sensacional, criada pelo artista Rafik Anadol, leva os visitantes para dentro da mente de Gaudí, tudo com projeções cheias de cor e música. É muito legal mesmo!!!
A Casa Batlló abre diariamente das 8h às 20h e os ingressos custam a partir de 29€ (valor que varia conforme o tipo de visita, o horário e a época do ano), valor esse que inclui um áudio-guia. Recomendo muito comprar seus bilhetes pela internet, pois o preço é menor e você evita filas.
Casa Milà (La Pedrera)
Três quadras à frente, caminhando pelo Passeig de Gràcia, logo nos deparamos com mais uma impressionante obra de Gaudí e uma parada imperdível no roteiro de 3 dias em Barcelona: a Casa Milà (apelidada de La Pedrera).
Esse grande edifício, construído entre 1906 e 1912 por encomenda de Pere Milà, foi o último trabalho residencial do arquiteto catalão e trouxe um projeto tão à frente de sua época que virou motivo de piada entre os moradores da cidade. Anos depois, a genialidade de seus traços acabou sendo reconhecida e a Casa Milà foi até declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1984.
Mais uma vez, a natureza e as formas orgânicas são a inspiração para o prédio, que não tem uma única linha reta em sua construção. São dois blocos de apartamentos situados em torno de dois grandes pátios internos, que garantem ventilação e luminosidade a cada uma das 16 unidades residenciais.
Gaudí imaginou La Pedrera como um mar de ondas imponentes, cada curva com um formato e tamanho diferentes. Até mesmo as 32 varandas com grades de ferro forjado são totalmente distintas entre si, para que possam se adaptar perfeitamente às formas da fachada.
A visita ao interior nos leva inicialmente a alguns cômodos que demonstram como era a vida de uma rica família da burguesia catalã no início do século XX. Há quartos, banheiro, escritório, tudo com móveis da melhor qualidade. Até mesmo o piso foi pensado por Gaudí para dar uma ideia de continuidade entre alguns ambientes!
Depois subimos até o sótão formado por 273 arcos de tijolos inspirados no formato da barriga de uma baleia, onde há uma interessantíssima exposição sobre detalhes arquitetônicos das mais importantes obras de Gaudí em Barcelona.
Dali, saímos até o impressionante terraço, ponto alto da visita, cheio de ondulações (determinadas pelos arcos do sótão) que revelam interessantíssimas chaminés esculturais. O terraço ficou conhecido, após uma descrição do poeta catalão Pere Gimferrer, como jardim dos guerreiros, justamente porque as trinta chaminés, duas torres de ventilação e seis saídas das escadas lembram soldados com seus capacetes.
É muito legal explorar cada cantinho do terraço, subindo e descendo escadinhas e sendo surpreendido a cada curva por novas paisagens. Aliás, a vista lá de cima também não é se jogar fora, sendo possível ver inclusive a Basílica da Sagrada Família.
A visita termina no térreo, passando pelos dois pátios internos: o da borboleta, com uma linda porta na forma da asa do inseto, tetos e paredes coloridas; e o das flores, com acesso à garagem subterrânea (inovação para a época) e a uma escadaria monumental usada apenas em ocasiões festivas.
A Casa Milà funciona diariamente (com exceção de 25/12) das 9h às 20h30 e oferece diversas modalidades de visita. A mais básica, que passa por todos esses lugares que eu mencionei e inclui um áudio-guia muito bom, custa 25€ pela internet. Há descontos para crianças, estudantes, idosos e pessoas com deficiência. Você encontra todos os preços atualizados no site oficial.
Assim como a Casa Batllò, recomendo comprar os ingressos pela internet, pois na bilheteria os valores aumentam em 3€ e pode haver longas filas.
Saindo da Casa Milà, pegue a linha de metrô L5 na estação “Diagonal” ou caminhe por cerca de 20 minutos até o Templo Expiatório da Sagrada Família.
Basílica da Sagrada Família
Hora de conhecer aquele que é o mais grandioso trabalho de Antoni Gaudí, ao qual o arquiteto dedicou 43 anos de sua vida e que não pode faltar em nenhum roteiro de 3 dias em Barcelona.
A Basílica da Sagrada Família (ou Templo Expiatório ou só Sagrada Família mesmo) teve sua construção iniciada em 1882, a partir de um projeto de Francisco de Paula del Villar y Lozano. Ela teria um estilo neogótico de acordo com os planos desse arquiteto, mas, em 1883, após alguns exageros no orçamento, Lozano foi substituído pelo jovem Antoni Gaudí, que na época tinha apenas 31 anos.
A partir daí o projeto mudou totalmente e teve início a construção da obra de arte que podemos visitar hoje em dia. Infelizmente Gaudí não pôde ver a igreja pronta, aliás, até agora ninguém viu! Há anos ela vem sendo construída a partir de desenhos e projetos deixados pelo arquiteto, tudo financiado por doações privadas, e não há nenhuma certeza de quando o templo será 100% finalizado.
A Fachada da Natividade e a cripta da Sagrada Família, onde Gaudí está enterrado, únicas partes da basílica que o arquiteto conseguiu terminar em vida, estão inscritas da lista de locais considerados Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Antoni Gaudí planejou a Sagrada Família com base na tradição das igrejas góticas e bizantinas, usando também um pouco da arquitetura grega clássica, principalmente nas proporções das colunas. Mas isso foi apenas o ponto de partida! Esses estilos foram completamente adaptados por Gaudí, que, utilizando formas da natureza e simbolismos cheios de significado, criou uma arquitetura totalmente diferente.
Comece o seu passeio pela Plaça de la Sagrada Família, que lhe dará uma visão panorâmica de toda a Fachada da Paixão.
Depois vá circulando a basílica até chegar à Fachada da Natividade, a mais bonita e rebuscada, onde fica a entrada principal da igreja. Ali tem tanta coisa esculpida que daria para passar um dia inteiro observando e analisando cada detalhe!
Após ingressar na Sagrada Família, você estará praticamente dentro da floresta de Gaudí. As enormes colunas lembram troncos de árvores e são cercadas de luzes coloridas projetadas pelos lindos vitrais espalhados por toda a igreja. Aliás, uma dica é fazer o passeio em um dia ensolarado, bem no início da manhã ou fim da tarde (foi minha escolha para esse roteiro), pois assim a luz penetra profundamente pelos vitrais, deixando tudo muito colorido lá dentro.
Achei muito interessante que cada conjunto de colunas é feito de um material diferente, mais resistente conforme a necessidade de segurar mais peso. É possível identificar isso facilmente pelas diferentes tonalidades das colunas.
Quando terminar de admirar toda a beleza impressionante do interior da basílica, poderá ainda conhecer o museu da Sagrada Família, que mostra os projetos de Gaudí e algumas maquetes (com incríveis impressões em 3D) do que ainda está por vir – serão 18 torres no total, incluindo a mais alta de todas que terá 172,5 metros de altura. Será o ponto mais alto de Barcelona, ficando atrás apenas da montanha de Montjuïc, com 173 metros, porque, de acordo com Gaudí, “O trabalho do homem nunca deve superar o trabalho da natureza”.
Os ingressos para a Sagrada Família só podem ser comprados online, com dia e hora marcada. Custam 26€ com acesso a áudio-guia em app no celular (não esqueça de levar fones de ouvido) ou 30€ com visita guiada. Há descontos para idosos, menores de 30 anos e estudantes, além de algumas gratuidades, então dê uma olhada bem atenta no site antes de comprar o seu ingresso.
Há, e existe também a possibilidade de subir em uma das torres da igreja pagando 10€ a mais. A subida é feita por elevador e a descida por uma escada em caracol.
DIA 2
Palau de la Música Catalana
Vamos começar o nosso segundo dia do roteiro de 3 dias em Barcelona com uma visita ao Palau de la Música Catalana, uma das mais lindas obras modernistas da cidade.
Essa casa de espetáculos foi construída em apenas três anos (entre 1905 e 1908) por encomenda da sociedade coral Orfeo Catalá, a partir de um projeto do arquiteto Lluís Domènech i Montaner, contemporâneo de Antoni Gaudí.
O Palau de la Música Catalana é uma verdadeira joia arquitetônica do chamado estilo Art Nouveau Catalão e é a única casa de concertos desse tipo listada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Lluís Domènech i Montaner utilizou em seu projeto uma estrutura de aço revolucionária, o que permitiu que muitas paredes fossem substituídas por vidro, garantindo a entrada permanente de luz natural no interior do Palau.
Para nós visitantes, o que mais impressiona são as cores e a beleza: a enorme sala de concertos é cercada por vitrais coloridos, pilares em mosaico, esculturas e muitas flores.
Dizem que o arquiteto tinha uma grande predileção por rosas e que ele teria “oferecido”, na decoração do Palau, uma rosa para cada espectador da casa de espetáculos.
Eu fiz a visita guiada (em um dia que não havia nenhum concerto agendado), o que me permitiu subir no palco e ver de pertinho o enorme mosaico combinado com lindas esculturas representando os espíritos da música. Como antiga bailarina que sou, adorei ter a visão de quem está se apresentando no palco!
O grande destaque do Palau de la Música Catalana, na minha opinião, é a gigantesca claraboia feita de vitrais coloridos que cobre a sala de concertos. Ela substitui maravilhosamente o papel que faria um grande lustre de cristal em um auditório comum.
Os ingressos para visitar o Palau custam 16€ com folheto explicativo, 18€ com áudio-guia e 20€ em tour guiado, havendo descontos para maiores de 65 anos, estudantes e outros. Você encontra todas as opções de preços e visitas no site oficial.
Lembrando que uma maneira muito interessante de conhecer o Palau de la Música Catalana é assistindo a uma apresentação. Aqui pode ser consultada a agenda completa de eventos.
Bairro Gótico
A cerca de 5 minutos a pé do Palau de la Música Catalana, fica o bairro mais antigo de Barcelona, conhecido como El Gótic (ou Bairro Gótico).
Reserve um tempo do seu roteiro de 3 dias em Barcelona para caminhar sem pressa pelas ruelas medievais repletas de lojinhas, restaurantes e cafés, passando por praças históricas, igrejas e museus.
O local mais famoso do bairro é, possivelmente, a Catedral de Barcelona, cujo nome oficial é Catedral de la Santa Creu i Santa Eulàlia. Construída entre os séculos XIII e XV em estilo gótico, ela chama muito a atenção por sua fachada imponente.
Pegue a Calle del Brisbe, ao lado da Catedral, para andar por uma das ruas mais típicas do bairro, com uma linda pontezinha conectando dois edifícios de pedras.
Por ali você chegar à Plaça de Sant Jaume, onde ficam dois dos edifícios mais importantes do governo, o Palau de la Generalitat (governo do estado) e o Ajuntament (prefeitura).
Também valem uma visita a Plaça del Rei, onde fica o Museu de História de Barcelona e o Palau Reial Major, que abrigou condes catalães até o século XV, e a Plaça Reial, cheia de arcadas e palmeiras, com postes de luz de 1879 desenhados por Gaudì.
Se bater aquela fominha, recomendo o restaurante L’Alcoba Azul especializado em tapas e tostas (tipo uma torrada grande com coberturas deliciosas). Acho que foram algumas das melhores tapas que comi na Espanha!
E para a sobremesa, minha dica é o Gelaaati di Marco, uma sorveteria premiada que oferece alguns sabores muito especiais (com tantas camadas que mais parecem uma torta).
Museu Picasso
Ainda a pé, vamos seguir pelo Carrer de la Princesa até o Museu Picasso, onde é possível ver um enorme acervo de obras da juventude do artista, desde os seus 15 anos de idade.
Em 1970, Picasso decidiu doar à cidade de Barcelona todos os seus trabalhos que estavam na casa da sua família no Passeig de Gràcia, o que garantiu que o museu se tornasse o mais completo no que diz respeito ao início de sua vida artística.
É impressionante observar seu talento evoluir e entender toda a sua genialidade, devidamente explicada em grandes painéis informativos localizados nas salas de exposição.
A coleção tem mais ou menos 5 mil peças, que passam por obras realizadas em Málaga, La Coruña, Barcelona, Madrid e Horta de Sant Joan, mostrando o sólido treinamento acadêmico de Picasso e sua forte personalidade artística, além de trabalhos elaborados sob influência das tendências vanguardistas de Barcelona e Paris na Belle Époque, obras do seu chamado “Período Azul” (que se iniciou com o suicídio do grande amigo do artista Carles Casagemas) e uma série de pinturas muito interessantes chamada “Las Meninas”, na qual o artista ofereceu uma interpretação própria da obra de Velázquez.
Além de tudo, o museu fica em um local lindo, ocupando cinco palacetes em estilo gótico dos séculos XIII a XV, todos na Carrer de Montcada, a rua mais procurada pela burguesia na época medieval.
O Museu Picasso funciona de terças a domingos, das 9h às 20h, e os ingressos custam 14€ online e 15€ na bilheteria. Pessoas entre 18 e 25 anos e maiores de 65 pagam 7,50€. Os bilhetes são gratuitos para menores de 18 anos e para todas a pessoas nas seguintes ocasiões:
- Quintas-feiras das 17h às 20h
- Primeiro domingo de cada mês
- 12 de fevereiro, 18 de maio e 24 de setembro
Você pode conferir horários e valores atualizados no site oficial.
El Born
Saindo do Museu Picasso e continuando o roteiro de 3 dias em Barcelona, você estará dentro do El Born, outro bairro que faz parte da região mais antiga de Barcelona, com estreitas ruas medievais, construções em tons amarelados e muitas lojinhas simpáticas.
Caminhando pela Carrer de Montcada, poderá conhecer ainda outro importante museu da cidade, o MOCO Museum, de arte moderna e contemporânea, com trabalhos de Andy Warhol, Yayoi Kusama, Banksy, Keith Haring.
No Born, não faltam opções de bares para tomar um drink à noite e de restaurantes para provar as deliciosas tapas espanholas.
É o lugar perfeito para passear sem pressa, olhando galerias de arte, lojas descoladas e observando o vai-e-vem dos frequentadores do bairro. Se quiser, dê também uma espiada na Igreja Santa Maria del Mar, construída com os esforços do povo entre os séculos XIV e XV em estilo gótico catalão.
Parque Güell
A próxima parada no nosso roteiro de 3 dias em Barcelona é uma das atrações mais procuradas da cidade e que fica um pouco mais distante do resto, de forma que é necessário pegar algum transporte para chegar até lá.
Para quem quer descer na porta, as únicas opções são táxi e Uber. De metrô, a linha que chega mais perto é a L3, na estação Lesseps, de onde é necessário caminhar 20 minutos até a entrada da Avinguda del Santuari de Sant Josep de la Muntanya (recomendada por ter uma escada rolante). Outra possibilidade são os ônibus H6 e D40, ambos com parada na Travessera de Dalt, que fica a 10 minutos de caminhada da entrada do parque. Lembrando que essa região é cheia de subidas!
O Parque Güell foi criado após o fracasso de um empreendimento encomendado a Antoni Gaudí por Eusebi Güell. O empresário queria construir em condomínio de luxo, mas diante da baixa procura por parte de compradores, o projeto foi abandonado e o lugar acabou virando um parque, aberto ao público em 1922.
O espaço é enorme: são 17 hectares de extensão, a maior parte de acesso livre e gratuito a todos.
Apesar disso, a área onde se concentram os principais trabalhos de Gaudí, conhecida como Eixo Monumental, só pode ser visitada com ingresso, que custa 10€ por pessoa. A recomendação é comprar pela internet com hora marcada, pois os bilhetes esgotam rapidamente ao longo do dia.
Nessa área, você vai ficar maravilhado com as esculturas, mosaicos, colunas, cerâmicas, tudo muito colorido e inspirado em elementos da natureza.
Bem centralizado no parque fica o Teatro Grego, ou Praça da Natureza, um descampado cercado por bancos ondulados cobertos de lindos mosaicos. Esse local serve também como um mirante, pois lá de cima é possível enxergar toda a cidade de Barcelona e também algumas outras obras de Gaudí que ficam no nível inferior do Parque Güell.
Embaixo da praça, a Sala Hipóstila surpreende com suas 86 colunas de inspiração dórica, algumas inclinadas, dando uma sensação de movimento que só poderia ter saído da mente de Gaudí.
A outra parte de maior destaque do parque é a Escadaria do Dragão, onde fica a famosa fonte em forma de salamandra (ou dragão?), toda coberta com trencadís (o mosaico com pequenos pedaços de cerâmica muito usado no modernismo catalão). Se quiser tentar uma foto com essa escultura, recomendo visitar o parque no fim da tarde, que é o momento mais vazio.
Logo aos pés da escada estão duas casinhas muito curiosas, que parecem feitas de glacê (que nem a casa da bruxa do João e Maria). Impossível não tirar dezenas de fotos! Elas estão na entrada principal do parque (que pode servir como saída para quem preferir entrar por uma área mais alta e conhecer o Parque Güell de cima para baixo, em vez de ter que subir tudo a pé).
Esse é um passeio que pode ser feito em um hora, ou em um turno inteiro, dependendo se você pretende caminhar pelo parque todo ou se vai se focar só na Zona Monumental. Independente da sua escolha, recomendo ir com sapatos confortáveis (aliás, isso se aplica a todo esse roteiro de 3 dias por Barcelona)!
DIA 3
Plaça Catalunya
O nosso terceiro dia em Barcelona começa na Plaça Catalunya, o coração da cidade. Localizada entre a cidade antiga e o Eixample, ela é o local perfeito para iniciar qualquer exploração a pé, uma vez que dali partem o Passeig de Gràcia e a Rambla.
Além disso, é um verdadeiro hub de metrôs, trens e ônibus, incluindo os hop-on hop-off, o que permite acessar quase qualquer ponto da cidade sem nenhum esforço.
Em seu entorno, ficam lojas de grandes marcas, como Zara, Apple e El Corte Inglés, além de restaurantes e fast foods.
E descendo uma escada rolante que leva ao subsolo da praça, você encontrará um grande centro de informações turísticas, onde, além de conseguir comprar ingressos para diversos atrações, poderá dar início ao processo do Tax Free.
Por essas e por outras razões, considero os arredores da Plaça Catalunya um dos melhores locais para se hospedar em Barcelona!
La Rambla
Bom, como já caminhamos pelo Passeig de Gràcia no início do roteiro de 3 dias em Barcelona, hoje vamos seguir na direção oposta e explorar a famosa Rambla, conhecida também como “Las Ramblas“, já que cada pedacinho da avenida tem um nome diferente (por exemplo: “Rambla de Sant Josep”, “Rambla dels Caputxins”, etc).
São quase 1,3km de extensão que vão da Plaça Catalunya até o Port Vell (o antigo porto de Barcelona). Essa bela rua arborizada tem uma ampla calçada para pedestres ao centro, que fica cheia de turistas, artistas de rua e batedores de carteira (sim, segure sua bolsa todo o tempo!).
Não há quem visite Barcelona e não caminhe por ali, olhando as lojas de souvenir, as bancas de flores e se questionando sobre a qualidade dos restaurantes. De fato, há diversos bares e restaurantes, mas são famosos por terem preços altos e qualidade inferior a de outros locais menos turísticos.
Em sua caminhada, você vai passar por cima de um enorme mosaico de Joan Mirò (ao lado da estação de metrô Liceu), pelo prédio do Gran Teatre del Liceu, fundado em 1847, e pelo Palácio Güell, mais uma obra de Gaudí declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Mas antes de seguir adiante no nosso roteiro de 3 dias em Barcelona, vamos fazer uma paradinha no mercado mais famoso da cidade, que fica justamente na Rambla: o Mercado La Boqueria.
La Boqueria
O Mercado de la Boqueria, cujo nome oficial é Mercat de Sant Josep, é o mais antigo de Barcelona, inaugurado em 1840 no local onde antes funcionava o Convento de Sant Josep, que foi destruído por um incêndio. Mas há registros indicando que desde o século XIII havia bancas vendendo carne na região.
Atualmente, o La Boqueria é um mercado municipal com mais de 250 banquinhas de frutas, verduras, frutos do mar, carnes, temperos e outros produtos típicos espanhóis, como os famosos jamóns serranos. Funciona de segunda a sábado, das 8h às 20h30.
É um lugar muito turístico, mas ainda assim bonito e que oferece algumas boas opções de lanchinhos e refrescos, como espetinhos de lulas e camarões, saladas de frutas, picolés e sucos de fruta.
Monumento a Colóm
O final da Rambla é justamente o local onde fica o emblemático Monumento a Colombo, o navegador que, a mando da Coroa Espanhola, liderou a expedição que acabou por descobrir a América.
O monumento foi inaugurado em 1888 para a Exposição Universal e teve por objetivo homenagear Cristóvão Colombo porque ele escolheu Barcelona como porto de desembarque após seu grande descobrimento.
Trata-se de uma estátua de bronze do navegador com sete metros de altura, posicionada sobre uma coluna de sessenta metros, no topo da qual há um mirante aberto ao público.
A subida é feita por elevador, custa a partir de 7,20€ e funciona diariamente das 8h30 às 14h30 (a última subida é às 13h30!). Para informações sempre atualizadas, acesse o site oficial de turismo de Barcelona.
A partir daqui tenho duas sugestões para encerrar o seu roteiro de 3 dias em Barcelona, dependendo dos seus interesses. Pode ser até que consiga fazer as duas coisas se tiver com tempo sobrando!
Montjuïc
A primeira opção é seguir para a montanha de Montjuïc, uma área verde que, depois da Exposição Universal de 1929 e dos Jogos Olímpicos de 1992, tornou-se um local cheio de atrações interessantes para quem visita Barcelona.
Existem duas principais maneiras de acessar o Montjuïc: pela Plaça d’Espanya (metrôs L1, L3 e L8), explorando o parque de baixo para cima (com a ajuda inicial de uma escada rolante), ou pela estação de metrô Paral.lel (L2 e L3), que é ligada a um funicular e depois ao ônibus de linha 150 (tudo incluso no mesmo bilhete de metrô) ou ao Teleférico de Montjuïc (que custa 10€ só a subida, ou 15€ ida e volta).
A vantagem da segunda opção é que você não precisará subir nada (e para baixo todo santo ajuda!).
Eu optei por pegar o teleférico, pois queria curtir a vista da cidade e do porto. Achei que valeu a pena e essa é a minha recomendação para esse roteiro de 3 dias em Barcelona! A viagem é rapidinha, mas muito bonita!
A estação mais alta do teleférico fica quase em frente ao Castelo de Montjuïc, a 173 metros de altitude. A primeira fortaleza desse castelo, que perdura até hoje, foi construída em 1640, durante a Guerra dos Segadores.
Ao longo da história, o Castelo de Montjuïc serviu tanto para defender quanto para bombardear a cidade em diversas ocasiões! De lá (mesmo do lado de fora) é possível curtir uma vista muito legal do porto de Barcelona.
Os ingressos para o castelo custam 9€, sendo gratuitos nos primeiros domingos do mês e em todos os domingos a partir das 15h. Outras informações você encontra no site oficial.
Dali, a ideia, se você não tiver problemas de locomoção, é ir descendo a pé a montanha e conhecendo tudo que der vontade pelo caminho.
Você pode passar pelo Mirador de l’Alcalde, de onde se tem um panorama bem completo da cidade e do porto de Barcelona, olhar o Monument a la Sardana, dança típica da catalunha, e explorar os diversos jardins espalhados pelo Parque de Montjuïc, como os Jardins de Mossèn Cinto Verdaguer, os Jardins de Laribal e o Jardim Botânico de Barcelona.
Se seu interesse for arte, no Montjuïc fica a Fundació Joan Miró, criada pelo próprio artista com mais de 14 mil obras autorais, oferecendo uma ótima oportunidade de conhecer a sua evolução artística. Os ingressos custam 15€, havendo descontos para estudantes e maiores de 65 anos. Todas as informações sobre horários e valores estão no site oficial.
Outra importante atração da região é o enorme Museu Nacional de Arte da Catalunha, que fica em um prédio histórico lindíssimo chamado Palau Nacional de Montjuïc. Lá dentro, você encontrará uma das coleções mais completas de arte romanesca do mundo, além de valiosos trabalhos dos períodos gótico, barroco, renascentista e arte moderna.
Os ingressos para visitar a coleção permanente custam 12€, mas também é possível comprar um bilhete de apenas 2€ para conhecer o prédio e olhar a vista do terraço. Há diversas gratuidades, então consulte o site (em português) para ver se não se enquadra em alguma.
Na frente desse museu, ficam as famosas Fontes Mágicas de Montjuïc que, de quinta à sábado, apresentam um espetáculo gratuito de luzes e música entre 21h e 22h. Infelizmente, quando visitei em junho de 2023, as fontes estavam desativadas em razão de uma gravíssima seca que afetava a Espanha. Quando for programar sua viagem, dê uma olhada nesse site aqui para ver se elas estão funcionando, pois é um programa muito legal para fazer em Barcelona.
Adorei a vista dali para a Plaça d’Espanya! Um dos lugares mais bonitos que visitei em Barcelona!
Outro lugar muito procurado por quem visita o Montjuïc é o Anel Olímpico e toda a estrutura construída para as Olimpíadas de 1992. Você poderá conhecer o Estádio Olímpico Lluís Companys, onde ocorreu a cerimônia de abertura, o Palau Sant Jordi, um estádio multiuso desenhado pelo arquiteto japonês Arata Isozakie considerado uma obra-de-arte da arquitetura e engenharia modernas, a Torre de Calatrava e outras tantas instalações.
Existem ainda outras atrações na montanha de Montjuïc, então, dependendo dos seus interesses, pode passar lá o dia inteiro, ou apenas algumas horas.
Barceloneta e Port Vell
Por fim, faltou encaixar no nosso roteiro de 3 dias a “beira-mar” de Barcelona: região do antigo porto (Port Vell) e do bairro de La Barceloneta.
La Barceloneta é o bairro mais próximo do mar, de forma que se tornou, a partir de meados do século XVIII, uma verdadeira vila de pescadores. Hoje em dia, ao caminhar pelas ruas estreitas, com edifícios baixos e muitas roupas coloridas penduradas nas varandas, podemos perceber que a região conservou perfeitamente suas características daquele tempo.
Por ali você vai encontrar ótimos restaurantes servindo frutos do mar fresquinhos, além dos famosos “chiringuitos”, os bares localizados na beira da praia.
Aliás, as praias são, provavelmente, a principal atração do bairro e se dividem em Barceloneta, Somorrostro, Sant Sebastià ou Sant Miquel. Em razão de sua localização central, no verão elas são as mais lotadas de Barcelona.
É muito agradável visitar a região no fim do dia, caminhar na beira da praia, curtir a vista (incluindo o sempre presente Hotel W, em forma de vela) e jantar em algum dos restaurantes da região (eu provei o La Peninsular, pequeno, familiar e muito autêntico). Lembrando que no verão escurece muito tarde, após as 21 horas, então é bem fácil incluir esse passeio no final de qualquer dos dias do nosso roteiro.
Já na “fronteira” com o Port Vell, fica o Palau del Mar, um armazém do século XIX cheio de restaurantes com mesas na rua e vista para os impressionantes iates estacionados na marina. Nesse prédio também fica o Museu de História da Catalunha, que traz uma exposição sobre o passado da região, desde a pré-história até o século XX.
Se ainda sobrar tempo, e pernas, caminhe pelo Moll de la Fusta para observar duas grandes esculturas: La Gamba, de Javier Mariscal, e La Cara, de Roy Lichtenstein, e depois, pelo Moll d’Espanya, até o Aquário de Barcelona e o shopping center Maremagnum.
Obviamente é coisa demais para incluir apenas em um finalzinho de dia, mas estou dando uma ideia geral para que você possa escolher o que tem mais interesse para incluir no seu roteiro de 3 dias em Barcelona.
Essa região toda é facilmente acessível a pé a partir do bairro El Born ou da Rambla (há inclusive uma continuação dela após o Monumento a Colóm, chamada Rambla del Mar, que vai até o Maremagnum).
Você também pode vir de metrô pela linha 3 e descer na estação Barceloneta.
Conclusão
Essa foi a minha sugestão de roteiro de 3 dias em Barcelona, que espero tenha sido útil na preparação da sua viagem. É claro que existem muitos outros lugares para visitar na cidade, que podem ser mais do seu interesse do que os mencionados aqui. Por isso, como sempre, recomendo que pesquise no maior número possível de blogs antes de decidir por seu roteiro final, para não deixar de fora nada que você consideraria imperdível caso soubesse da existência!
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