Caminhada por Montmartre – a Paris dos artistas

Caminhada por Montmartre – a Paris dos artistas

24 de junho de 2020 18 Por Passagem Comprada

Todo mundo que vai a Paris tem na sua lista de “pontos turísticos imperdíveis” a Basílica de Sacre-Coeur, mas pouca gente aproveita sua visita à igreja para conhecer um dos bairros mais charmosos de Paris. Localizado no 18º arrondissement de Paris, Montmartre é um daqueles lugares que merece ser visitado com calma, em uma caminhada tranquila, para que se possa absorver um pouco a atmosfera da região, seja em sua parte mais alta (bem turística), em suas inúmeras ladeiras residenciais extremamente bucólicas, ou na parte baixa, boêmia, onde ficam famosos cabarés, boates e sex shops.

Montmartre

Já deu para perceber que Montmartre é um cantinho bem heterogêneo de Paris né?

Bom, para te ajudar a não ficar preso unicamente na parte turística do bairro, preparei um roteiro que traz uma caminhada por Montmartre, algo que pode ser feito em apenas um turno e, ainda assim, sem pressa. Minha sugestão é fazer o roteiro pela manhã, pois, dependendo da época do ano, você encontrará verdadeiras multidões no período da tarde em alguns locais mais populares entre os turistas.

A parte mais turística de Montmartre

Vamos começar o nosso passeio na Estação Abbesses do metrô, a mais profunda de Paris, inaugurada em 31 de outubro de 1912. Além de muito bem localizada para quem vai visitar a Sacre-Coeur, essa estação é interessante pois sua entrada é ornamentada em estilo Art Nouveau por uma clássica edícula Guimard, classificada como monumento histórico em 1978. Você chega até ela pela linha 12 do metrô.

Estação Abbesses

Dali, pegue a Rue Ivonne le Tac e siga por uns 4 minutos até a Place Saint Pierre, de onde poderá ver a Basílica Sacre-Coeur de Montmartre lá no alto da colina.

Place Saint Pierre
Place Saint Pierre

Nesse momento, você precisa decidir se quer subir até a igreja de funicular, que fica à esquerda de quem olha para cima, ou a pé, pelas escadas que acompanham o gramado.

O funicular custa 1,90€ e funciona pelo mesmo sistema do metrô de Paris (ou seja, você pode usar seus tíquetes). Em finais de semana ensolarados, e principalmente à tarde, pode haver fila para subir.

Funicular de Montmartre
Funicular
Pequena fila em um dia bonito, pela manhã, no meio da semana

A subida a pé pelo gramado não é muito difícil para pessoas com boas condições físicas, pois, além de haver a possibilidade de parar diversas vezes, o caminho vai serpenteando em alguns trechos, de forma que as escadas não ficam muito íngremes. Mas aviso: existem outras escadas laterais que são retinhas pra cima, sem lugares para parar e descansar e sem oportunidades de belas fotos da Basílica e cada passo. Essas são bem mais cansativas!

Sacre-Coeur de Montmartre
Dá para perceber que a cada trecho de escadas há uma espécie de terraço com bancos para descansar

No último lance de escadas, você terá a oportunidade de tirar uma foto engraçada. Olhando para a direita, após o gramado verdinho, é possível ver uma única casa, cor de telha, que aparece pela metade por trás da colina. Se você virar a câmera de lado e alinhá-la com a grama, terá a impressão de que a casa está afundando! É uma bobagem, mas o local acabou ficando famoso por causa do Instagram.

Sinking house of Montmartre

Chegando no topo, a primeira coisa a fazer é virar de costas para a igreja e apreciar uma bela vista da cidade Paris e de seus típicos telhadinhos.

Sempre lembrando que você estará em um local super turístico, prato cheio para os batedores de carteira, então não fique tão deslumbrado a ponto de esquecer cuidados básicos com bolsas e mochilas.

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Sacre-Coeur vista

Quando estiver pronto, passe pelo detector de metais e entre na famosa Basilique du Sacre-Coeur de Montmartre (Basílica do Sagrado Coração de Montmartre), construída entre 1875 e 1919 em forma de cruz grega, com quatro altas cúpulas. Projetada pelo arquiteto Paul Abadie, com inspiração na Cathédrale Saint-Front (Périgueux), na Basílica de San Marco (Veneza), e na arquitetura romano-bizantina, a Sacre-Coeur sofre um pouco de implicância por parte de alguns parisienses, que acreditam que seu estilo destoa dos demais monumentos da cidade (que possuem uma orientação gótica, como a Catedral Notre-Dame de Paris).

Sacre-Coeur de Montmartre

Apesar disso, a Basílica não deixa de chamar a atenção de qualquer um que visite Paris, até porque pode ser vista de diversos pontos da cidade em razão de sua altura e imponência: a cúpula central tem 83m de altura e era o ponto mais elevado da cidade até a construção da Torre Eiffel. Além disso, impossível não se impressionar com a cor sempre branquinha de um monumento tão antigo! O curioso é que a igreja não precisa de nenhuma limpeza – as pedras utilizadas em sua construção, extraídas das pedreiras de Château-Landon, secretam uma substância branca sob a ação da chuva, o que deixa a Basílica de Sacre-Coeur sempre pronta para as fotos dos turistas!

Sacre-Coeur
Sacre-Coeur vista de longe, do alto das Galeries Lafayette

Dentro da igreja, o que mais chama a atenção é o maior mosaico da França, que cobre uma superfície de 473,78m² sobre o altar. Concebido por Luc-Olivier Merson e executado de 1918 a 1922 pelos mosaístas do Atelier Guilbert-Martin, ele é realmente impressionante.

Essa parte da basílica é totalmente gratuita, mas ainda é possível visitar a cripta ou subir os 237 degraus que levam ao topo de sua cúpula mais alta, nesses casos, mediante uma pequena contribuição. Eu nunca me animei a subir, mas dizem que é possível ter uma vista circular de até 30km de distância em dias claros.

Sacre-Coeur mosaico
Sacre-Coeur mosaico

E já que estamos falando em um monumento tão grandioso, só quero contar mais uma curiosidade: dentro de sua cúpula, a Basílica abriga o maior sino da França, apelidado de Savoyarde. Fabricado na cidade de Annecy em 1895, o sino tem 3m de diâmetro e pesa 18.835kg. Já pensou no arrepio que dá ouvir um sino desses tocar???

Ao sair da Basilique du Sacre-Coeur, continue sua caminhada por Montmartre seguindo para a direita pela Rue Azaïs e Rue du Mont-Cenis e, em poucos passos, você estará na famosa e super turística Place du Tertre. Essa praça, apesar de sempre repleta de visitantes, ainda lembra um pouco a época em que a parte alta de Montmarte era um vilarejo separado de Paris, cheio de fazendas, vinícolas e moinhos de vento. Durante a chamada Belle Époque, a região atraiu inúmeros artistas, como Toulouse-Lautrec, Maurice Utrillo, Van Gogh e Picasso, graças ao custo de vida mais baixo e ao vinho barato.

Place du Tertre Montmartre

Os cafés e restaurantes espalhados pela praça trazem a lembrança dos estabelecimentos frequentados antigamente por tantos escritores, poetas, pintores e compositores.

Hoje em dia, a Place du Tertre é ocupada diariamente por artistas que realizam e expõem retratos, caricaturas, silhuetas e pinturas (principalmente da cidade de Paris). Eles ficam instalados em 149 espaços de 1m² cada, disposição essa chamada de Carré aux Artistes, que existe oficialmente com esse nome desde 1980. Dá para imaginar que a briga é grande para conseguir uma vaguinha ali né? A Prefeitura avalia os artistas e concede uma licença que deve ser renovada anualmente!

Place du Tertre

É sempre interessante caminhar ao redor da praça, observando o trabalho concentrado dos artistas e quem sabe sendo objeto da arte de algum deles.

O restaurante mais antigo da Place du Tertre é o La Mère Catherine, inaugurado em 1793. Conta a lenda que foi ali que nasceu a palavra “bistrot”, no ano de 1814, quando o local era frequentado pelos russos que ocupavam a cidade após a Batalha de Paris. Supostamente, os soldados tinham sempre pressa para retornar aos seus postos, então frequentemente gritavam “býstro”, que significa rápido em russo. Se tudo isso é verdade ou não, não se sabe.

Place du Tertre

Se quiser comer um docinho na praça, mas não puder gastar muito (os preços ali são bem “turísticos”, por assim dizer), sugiro um macaron da Carette, uma das confeitarias mais tradicionais de Paris. É só um tira-gosto, mas vale a pena. Recomendo o de pistache!!!

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Place du Tertre Carette

Atrás da Place du Tertre, passando a Place du Calvaire à esquerda, há um pequeno museu dedicado a Salvador Dalí, onde são expostas mais de 300 obras do artista. Os amantes do surrealismo não podem perder. Informações sobre horários de abertura e ingressos podem ser obtidas aqui.

Saindo da Place du Tertre, você tem duas opções de caminhadas por Montmartre, dependendo do seu tempo, disposição, condição física e interesse em passear por uma região principalmente residencial, mas muito simpática.

Trajeto mais longo

Para uma caminhada maiorzinha, pegue a Rue du Mont-Cenis, cheia de lojinhas de souvernirs e pequenos restaurantes, e siga até o Château d’Eau de Montmartre, a caixa d’água do bairro, construída em 1835. Logo após o Château d’Eau, você verá uma das típicas escadarias de Montmartre, em meio a vários prédios residenciais. Rende uma foto bem interessante!

Seguindo pela Rue Cortot, a gente passa em frente ao Museu de Montmartre, onde é possível reviver um pouco da história do bairro através de pinturas, gravuras e desenhos de diversos artistas célebres, como Toulouse-Lautrec, Modigliani, Kupka, Steinlen, Valadon e Utrillo. No site oficial, há todas as informações necessárias para organizar sua visita.

Montmartre
Há muitas casas em Montmartre que são assim, completamente cobertas de hera.

No fim da rua, dobrando à esquerda na Rue des Saules, avista-se imediatamente o famoso restaurante La Maison Rose, inaugurado em 1908 e frequentado por diversas gerações de artistas (desde Picasso e Modigliani, até Piaf, Barbara, Aznavour e Camus). Se quiser almoçar ou jantar ali, é extremamente recomendável fazer reserva com antecedência pelo site!

La Maison Rose

Ainda na Rue des Saules é possível avistar os vinhedos do bairro, chamados de Vignes du Clos Montmartre, cultivados inteiramente por jardineiros da Prefeitura de Paris. Todos os anos, no segundo fim de semana de outubro, ocorre a Vindima de Montmartre, uma grande festa popular, com barraquinhas de produtos tradicionais, desfiles e fogos de artifícios. Durante o evento são vendidas quase todas as garrafas de vinho produzidas ao longo do ano!

Vignes du Clos Montmartre
É possível ver os vinhedos através de grades (eu encaixei a câmera entre elas para conseguir tirar essa foto)

E no final da rua, logo após o vinhedo, fica a casa onde funciona um dos mais antigos cabarés de Paris, o Au Lapin Agile. Criado em meados do século XIX, o local também era frequentado por diversos artistas e passou a ter esse nome após o artista André Gill pintar em sua fachada um coelho saltando de uma caçarola – o local foi apelidado de “Lapin à Gill” (coelho de Gill), nome que acabou se transformando naturalmente em “Lapin Agile” (coelho ágil).

Au Lapin Agile

O que levou o “Au Lapin Agile” a ser conhecido mundialmente, no entanto, foi a pintura à óleo de mesmo nome realizada em 1905 por Pablo Picasso, um dos assíduos frequentadores do local.

Ainda hoje é possível assistir aos shows do cabaré, com música e esquetes apresentados em um espaço bem apertado e intimista, mas muito autêntico. O show é todo em francês e só há bebidas à venda (nada para comer). Para maiores informações, clique aqui.

Au Lapin Agile

Dali você pode voltar até a Maison Rose e seguir pela Rue de l’Abreuvoir, sinuosa e cheia de casas antigas cobertas de vegetação, até o busto da cantora Dalida, colocado ali em homenagem à artista nascida no Egito que conquistou os corações dos franceses e viveu em Montmartre entre 1957 e 1987. Diz a lenda que passar as mãos nos seios da estátua traz sorte no amor, então pode ter certeza que essa parte do monumento já está bem gasta! Não deixe de olhar para trás na Rue de l’Abreuvoir para ver a cúpula da Sacre-Coeur, majestosa, despontando por sobre as típicas casinhas de Montmartre.

Montmartre

Continuando pela Rue Girardon, passará em frente à Praça Suzanne Buisson, um ótimo lugar para descansar à sombra e curtir um pouco o clima da parte residencial do bairro.

Seguindo pela Rue Girardon, caso se interesse por esculturas curiosas, dê uma espiada na parede de pedra bem na ponta da Place Marcel Aymé, onde encontrará o Passe-Muraille. Essa escultura foi criada pelo ator e escultor Jean Marais em 1989 para homenagear o escritor Marcel Aymé, e colocada no muro em frente à sua antiga casa. A ideia veio de um dos contos de Aymé, chamado “Le Passe-Muraille”, em que um modesto trabalhador adquire a capacidade de atravessar paredes e, após usar isso para enriquecer como um ladrão, se apaixona por uma linda mulher casada, tendo que usar sua nova habilidade para encontrá-la às escondidas. Até que um dia, ao fazer isso, seu poder desaparece subitamente e ele acaba ficando preso em um muro na Rue Norvins (exatamente onde fica a estátua hoje).

Le Passe Muraille

Eu acho sempre curioso encontrar coisas assim no meio da rua! Você não?

Bom, nesse ponto o roteiro longo encontra o curto, então vamos para o próximo tópico.

Caminhada Montmartre
Esse foi o trajeto que fizemos até aqui

Trajeto mais curto (e continuação do longo)

Quem não se interessa por nada disso que eu falei até agora, ou simplesmente tem pouco tempo para passear por Montmartre, pode sair da Place du Tertre pela Rue Norvins, cheia de lojinhas de souvenirs e restaurantes, e seguir até a Rue Girardon, passando pela escultura do Le Passe-Muraille, de que já falei acima.

Rue Norvins - caminhada por Montmartre
Rue Norvins

Virando à esquerda na Rue Girardon, logo se chega ao famoso Le Moulin de la Galette, conhecido mundialmente em razão da obra mais significativa de Pierre-Auguste Renoir e marco do impressionismo francês: “O baile no moulin de la galette” (“Le bal du moulin de la galette”), realizada em óleo sobre tela em 1876 e atualmente em exposição no Musée d’Orsay.

Inicialmente um moinho de vento (construído em 1622) chamado de Blute-fin, o Moulin de la Galette passou a ser conhecido pelo nome atual quando a família de moleiros Debray, que o adquiriu em 1809, começou a produzir com o trigo ali moído uma espécie de broa chamada de “galette”, que caiu no gosto dos habitantes.

Moulin de la Galette

Por volta de 1830, o local tornou-se um bar bastante popular, com muita dança e vinho e, mais adiante, passou a receber, em um espaço adjacente, grandes bailes frequentados pela burguesia parisiense e por tantos artistas famosos, que adoravam retratar essas cenas do cotidiano da Belle Époque.

Moulin de la Galette

Dali você pode seguir em sua caminhada por Montmartre pela Rue Lepic, mais ampla e com algum comércio, ou se aventurar por uma das ruelinhas mais estreitas de Paris, que começa ao lado do muito bem falado restaurante Le Coq Rico.  Chamada Rue d’Orchampt, essa pequena rua passa em frente à antiga mansão da cantora Dalida, então é um trajeto obrigatório para os seus fãs.

Quem veio pela Rue Lepic, pode descer agora na Place Jean-Baptiste Clément até a Rue Ravignan, mesma rua que estará no final da Rue d’Orchampt.

Procure então, em meio às curvas da Rue Ravignan, a Place Émile Goudeau, onde fica o local de criação artística mais famoso de Montmartre: o Bateau-Lavoir. A partir de 1889, a modesta construção foi usada como residência e ateliê de diversos artistas que, apesar do pouco conforto e das condições bastante precárias de moradia, sentiam-se ali acolhidos e prestigiados em seu trabalho. Moraram e trabalharam no Bateau-Lavoir nomes como Kees Van Dongen, Juan Gris, Max Jacob e Modigliani, além de Pablo Picasso que desenvolveu em seu estúdio no local as bases do movimento cubista, quando pintou, em 1907, a obra “Les Demoiselles d’Avignon”.

Le Bateau Lavoir

Infelizmente o Bateau-Lavoir foi destruído por um incêndio em 1970, mas, após ser restaurado pelo arquiteto Claude Charpentier em 1978, voltou a receber jovens artistas, que ali mantêm seus ateliês.

Saia da praça pelas escadas ao lado do restaurante Le Relais de la Butte e pegue a Rue des Trois Frères, uma das mais típicas do bairro. Inevitavelmente, você passará em frente ao “Au Marché de la Butte”, mercadinho que aparece no filme de Amélie Poulain, de 2001. Os amantes do filme ficam loucos com a oportunidade de fotografar e até comprar no mercado, porque ele é exatamente o mesmo que a gente vê no filme.

Au Marché de la Butte

Para continuar sua caminhada despreocupada por Montmartre, siga pela Rue des Trois Frères e vire à direita na Rue la Vieuville, onde vai ver algum comércio de bairro. Faça uma parada para descanso na Place Jehan Rictus para observar “Mur des Je T’Aime”, uma parede coberta com inscrições de “eu te amo” nos mais variados idiomas. Sente em um banco e brinque um pouco de procurar as línguas que você conhece!

Le mur des je t'aime

Daqui até o Boulevard de Clichy, as ruas são tomadas de bares e restaurantes, já mudando um pouco o clima da parte residencial de Montmartre para a área baixa do bairro, atualmente mais boêmia.

Você pode pegar a Rue des Abbesses, cheia de lojas e restaurantes, e virar à esquerda na Rue Lepic, também com muito comércio, incluindo a “À la Mère de Famille”, mais antiga chocolateria de Paris, fundada em 1761. Os preços são salgados, mas mesmo que não queira comprar nada vale a pena dar uma olhada nos lindos produtos e sentir o cheirinho de chocolate da loja.

Rue des Abbesses Montmartre
À la mère de famille
À la Mère de Famille

Nessa rua fica também mais um cenário do filme de Amélie Poulain, o “Café des Deux Moulins”, onde a protagonista trabalhava.

Aos poucos as lojinhas de souvenirs começam a tomar conta, o que significa que você estará chegando ao Boulevard de Clichy e ao mega famoso cabaré Moulin Rouge, construído em 1889 por Josep Oller. Um dos símbolos da boemia parisiense da Belle Époque, era ali que artistas, burgueses, estrangeiros e homens de negócios se reuniam para desestressar, assistindo aos suntuosos shows que envolviam música, humor e dança, sempre regados a muito champagne. O local inspirou inúmeros filmes famosos e atrai, até hoje, multidões de turistas, que lotam todas as noites os espetáculos disponíveis.

Moulin Rouge
Para tirar uma boa foto, atravesse a rua até a Place Blanche, espere o trânsito acalmar, e terá a melhor vista da casa de shows!

Caso tenha interesse em assistir aos shows e conhecer o Moulin Rouge por dentro, é possível consultar horários e valores e comprar ingressos pelo site oficial do cabaré.

Se estiver com crianças, sugiro encerrar seu passeio por aqui, mas se tiver curiosidade de conhecer a parte mais “safadinha” do bairro, é só caminhar pelo Boulevard de Clichy em direção à estação de metrô de Pigalle, que vai passar por uma infinidade de sex shops, boates e casas de strip-tease. Com certeza é um dos lados de Paris menos explorados pelos turistas!

Trajeto curto
Trajeto curto a partir da Place du Tertre e continuação do trajeto longo

Você vai perceber que esse roteiro dá às vezes uma impressão de estar andando em círculos, mas isso é em razão das subidas e descidas de Montmartre e do fato de a Basílica de Sacre-Coeur ser muito movimentada à tarde. Por isso ela é a primeira parada do passeio.

Nada impede, no entanto, que você faça seu próprio caminho, se perdendo pelas lindas ruas do bairro e procurando, de vez em quando, algum dos locais históricos que mencionei aqui e que possa ser do seu interesse!

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