Zermatt: o que fazer aos pés do Matterhorn
Zermatt é um dos vilarejos alpinos mais simpáticos que você vai encontrar na Suíça. Totalmente livre do motor dos carros, a cidade respira a montanha, com a presença constante do majestoso Matterhorn como plano de fundo e com o vai-e-vem de esquiadores, alpinistas e praticantes dos mais variados esportes ao ar livre.
Apesar de não ter uma posição tão central no país, eu recomendo muito um desvio no seu roteiro para conhecer Zermatt e já vou lhe dar todos os motivos para isso.
Chegada em Zermatt
A chegada no vilarejo já dá uma ideia de que você estará entrando em um mundo à parte. Não é possível ir de carro até Zermatt, então todos os visitantes se encontram na estação de trem de Täsch, onde os que vieram de carro deixam os veículos no enorme estacionamento coberto, e os que vieram de trem fazem a conexão para o Matterhorn Shuttle.
Tudo é feito para facilitar o transporte dos passageiros: carrinhos de bagagem são disponibilizados para você levar suas malas de Täsch até Zermatt com facilidade, sem precisar fazer esforço algum. Isso porque há espaço nos vagões do trem para encaixar os carrinhos, que só terão de ser devolvidos ao fim do trajeto de aproximadamente 15 minutos.
O trem, como todos na Suíça, é maravilhosamente confortável e pontual (com partidas a cada 20 minutos), além de ter janelas panorâmicas enormes, que permitem aos viajantes apreciar a paisagem de todos os ângulos.
O bilhete ida e volta de Täsch a Zermatt custa CHF 16.40, mas quem tem o Swiss Travel Pass não paga (e quem tem o Half Fare Card paga só a metade).
Chegando em Zermatt, você tem duas opções: pode caminhar até o seu hotel ou utilizar o serviço dos ônibus e táxis elétricos que ficam aguardando em frente à estação. Alguns hotéis inclusive oferecem esse transporte gratuitamente aos seus hóspedes.
O que fazer em Zermatt
Bom, agora que já estamos acomodados, vamos ver o que fazer em Zermatt.
– Passear na rua principal
A Bahnhofstrasse é “A RUA “de Zermatt. É ali que se concentra a maior parte do comércio e dos restaurantes da cidade.
Partindo da estação de trem, você vai passar por muitas lojas de produtos para uso em montanha, que vão desde casacos, calças e botas de caminhada, até acessórios de alpinismo e esqui. Como estamos na Suíça, não são poucas as lojas de relógios caríssimos, daquelas que a gente fica pobre só de olhar a vitrine.
Também não faltam confeitarias e chocolaterias. Eu recomendo uma paradinha na Läderach, uma marca de chocolates chiquérrima e deliciosa, famosa pelas “placas” de chocolate que são quebradas conforme o gosto do cliente. Os preços são muito altos, mas se você puder se dar esse luxo, peça um pedacinho pequeno de duas ou três “placas” diferentes para experimentar. Eu fiquei maravilhada!
Outra chocolateria que vale a pena visitar é a Lindt, que conta com uma seleção completíssima dos produtos da marca, sendo que alguns preços são até melhores do que no supermercado.
A Bahnhofstrasse em si é muito bonitinha, com casas de madeira típicas da Suíça, floreiras nas janelas e bandeiras coloridas penduradas ao longo de toda a rua.
Dois “pontos turísticos” para você prestar atenção durante seu passeio pela Bahnhofstrasse, são a Fonte das Marmotas, animal símbolo da região, e a Igreja de St. Mauritius, cuja construção atual data de 1913.
Atrás da igreja fica o Cemitério dos Alpinistas, muito respeitado por todos que visitam Zermatt para atividades de montanha e procuram lembrar dos colegas que perderam a vida em terríveis acidentes.
– Caminhar pela parte antiga da cidade
Bem pertinho da rua principal, é possível caminhar por entre mais de 30 casas, estábulos e celeiros de madeira construídas entre os séculos XVI e XVIII. Conhecida como “Hinterdorf” (vilarejo de trás), essa parte da cidade rende um passeio muito interessante, pois permite observar as condições em que viviam os habitantes de Zermatt há centenas de anos e os artifícios utilizados para lidar com as adversidades climáticas e naturais.
Por exemplo, todas as construções são feitas de uma madeira muito comum na região que, além de ser particularmente resistente a pestes, escurece com a ação do sol e da chuva, garantindo uma boa absorção e manutenção de calor.
Outra curiosidade é que a maioria das casas fica equilibrada sobre pedras planas colocadas sobre pequenos pilares de madeira (estilo uma palafita), deixando-as fora do alcance de roedores.
Para achar as construções antigas, basta pegar a Hinterdorfstrasse (Rua Hinterdorf) quando estiver passeando pela rua principal de Zermatt.
– Visitar o Matterhorn Museum – Zermatlantis
Debaixo da praça central da cidade, ao lado da Igreja de St. Mauritius, fica o Matterhorn Museum, que conta um pouco da história da região em torno da montanha mais famosa da Suíça.
Dentro do museu foi montada uma réplica da Zermatt do século XIX, mostrando como era a vida dos habitantes, em sua maioria agricultores, e dos guias de montanha que levavam os primeiros visitantes para explorar os picos da região.
O cenário busca integrar, também, a exposição de diversos objetos históricos relacionados à exploração da montanha mais fotografada do mundo.
Durante a visita, é possível conhecer detalhes da primeira subida ao topo do Matterhorn, em 1865, e ver de pertinho objetos usados pelos alpinistas que tentaram essa façanha. Um dos itens mais memoráveis é a corda que se rompeu durante a expedição, levando à morte quatro dos sete participantes.
Achei muito interessante também observar a evolução dos equipamentos de esqui ao longo da história e ler cartas enviadas por personalidades importantes contando sobre a sua experiência nas montanhas de Zermatt.
Os ingressos para o museu custam CHF 10.00, mas há desconto para maiores de 65 anos, estudantes e crianças entre 10 e 16 anos. Menores de 10 anos e portadores do Swiss Travel Pass têm entrada gratuita!
Fique atento, pois os horários do Matterhorn Museum são bem reduzidos (funciona das 14h ou 15h até às 18h, dependendo da época do ano). Confirme nesse site sobre os dias e horários de abertura antes de ir.
– Ver o Matterhorn ao nascer do sol
Que o Matterhorn é lindo todo mundo sabe, mas você tem ideia de que ele fica ainda mais especial ao nascer do sol?
Pois é, nos primeiros minutos do dia, apenas o pico da montanha fica iluminado, e isso causa um efeito que deixa a ponta do Matterhorn vermelha, parecendo um diamante de sangue! Foi uma das coisas mais lindas que já vi e recomendo de olhos fechados para qualquer um que durma em Zermatt e tenha a sorte de pegar um amanhecer sem nuvens.
Há diversos locais de onde você consegue ter uma bela visão do Matterhorn, mas o mais popular, talvez por ser o de mais rápido e fácil acesso, é a Kirchbrücke, uma ponte localizada atrás da Igreja St. Mauritius (aliás, esse é um dos pontos mais indicados para fotografar o Matterhorn de dentro do vilarejo).
Então, prepare-se para acordar cedo e pegar um friozinho considerável, principalmente no inverno, quando é normal as temperaturas estarem negativas a essa hora. O nascer do sol costuma acontecer entre 5h30 e 6h30 da manhã e o fenômeno tem uma beleza especial a cada minuto. Assim, recomendo que pesquise bem direitinho o horário da aurora no dia da sua visita e não se atrase!
– Subir ao Gornergrat de trem de cremalheira
Esse é provavelmente o passeio mais procurado de Zermatt, pois é o que proporciona as melhores vistas do Matterhorn.
Desde o momento em que o trem sai da estação em Zermatt, a montanha mais fotografada da Suíça acompanha o caminho dos visitantes até o ponto mais alto, onde grandes terraços panorâmicos garantem paisagens de cinema.
Além do Matterhorn, outras montanhas e geleiras formam a paisagem e proporcionam algumas das melhores fotos da viagem.
Na volta, é possível parar nas estações intermediárias e fazer caminhadas muito lindas, como a que leva até o Riffelsee (para ver o Matterhorn refletido no lago).
Eu preparei um artigo completo sobre o passeio ao Gornergrat, então clique aqui para saber mais.
– Conhecer o Matterhorn Glacier Paradise
Para quem quer tocar na neve mesmo durante o verão, o Matterhorn Glacier Paradise é o lugar certo! Localizado no topo da montanha Klein Matterhorn, lá de cima você terá uma visão em 360° de inúmeros picos alpinos e geleiras.
Também pode esquiar e fazer caminhadas na neve (ou apenas brincar um pouco por ali).
Outra atração muito legal do Matterhorn Glacier Paradise é o Glacier Palace, onde podemos caminhar por dentro de túneis escavados na geleira e observar várias esculturas de gelo sensacionais.
Se quiser ler a minha experiência completa no Matterhorn Glacier Paradise e saber mais detalhes sobre o passeio, clique nesse link aqui.
Conclusão
Todas essas coisas que eu mencionei aqui, você consegue fazer em um único dia em Zermatt, mas começando bem cedo, sem se demorar em longas caminhadas e sem esquiar.
Se tiver interesse em fazer trilhas ou esportes de neve, recomendo pelo menos dois dias em Zermatt, para ficar um inteiro no Gornergrat (caminhando) e outro no Matterhorn Glacier Paradise (esquiando). Use o fim da tarde para passear pelo vilarejo.
Também existem muitas outras trilhas e passeios na região, como as caminhadas que partem do Rothorn e a Trilha dos Cinco Lagos, então sempre dá para voltar a Zermatt para novas experiências!
Leia também:
- Gornergrat: a melhor vista do Matterhorn
- Matterhorn Glacier Paradise: como é o passeio em Zermatt
- O que fazer em Interlaken – Suíça
- O que fazer em Lucerna em 1 dia: roteiro completo
- Schilthorn Piz Gloria: conhecendo a montanha do 007
- Roteiro de 1 dia em Gruyères, na Suíça
- Maison Cailler: fábrica de chocolates na Suíça
- Transporte na Suíça: tudo sobre o Swiss Travel Pass e outros passes
- Monte Pilatus: passeio imperdível em Lucerna
- Hotel du Nord: dica de hospedagem em Interlaken
- Lago Maggiore: o que fazer em um dia
- Roteiro de 20 dias entre Suíça e Itália de carro