Como é viajar para o Japão?
Antes de ir ao Japão, ouvi inúmeros comentários do tipo “Credo! Que longe!”, “Você é louca!”, “Vai fazer o que do outro lado do mundo?”.
Eu mesma, nos dias que antecederam a viagem, não conseguia acreditar que estava indo para o Japão! A ansiedade era grande pelo desconhecido: será que vou entender alguma coisa? Será que a comida vai ser boa? Será que vou conseguir me deslocar direitinho sem me perder? E se algo der errado, vai ter alguém pra me ajudar?
Hoje, já de volta ao Brasil, só consigo rir dessas pessoas e de mim mesma!
Claro que viajar para o outro lado do mundo exige uma certa dose de planejamento, mas (fora as inúmeras diferenças positivas), estar no Japão não é muito diferente de estar em qualquer país da Europa.
Nesse primeiro post, quero contar um pouco sobre como é viajar para o Japão e também tentar tirar algumas dúvidas que quem está começando a pensar em ir para o Japão pode ter.
A primeira coisa que apavora todo mundo é a distância.
E, se a gente for pensar, é de apavorar mesmo! Para chegar lá, é necessário pegar pelo menos dois voos de mais de 10 horas, o que, somado ao tempo de aeroporto, vai dar com certeza mais de 30 horas de viagem!
Como eu não durmo em avião e o meu companheiro de viagem tem quase 1,90m de altura e mal cabe na poltrona, para nós não era uma opção ir direto.
Escolhemos um voo com “stopover” em Dubai, onde dormimos por duas noites na ida e duas noites na volta. E isso fez toda a diferença!!!
Nem fiquei com aquela sensação de “atravessei o mundo pra chegar aqui”…
Com a paradinha no meio, a viagem fica bem tranquila, ainda mais quando se tem um ou dois dias para conhecer um lugar diferente (a gente passeia tanto que fica a impressão de ter descansado por uma semana). E o legal é que existem várias opções de escalas para ir até o Japão. Você pode parar em algum país da Europa, nos Estado Unidos, no México e no Oriente Médio.
Então, não se assuste com a distância! Compre uma passagem com “stopover” e vá tranquilo, que nem é tão longe assim!
A próxima grande barreira a superar numa viagem como essa é a língua!
No Japão fala-se japonês. Ponto. São pouquíssimas as pessoas que entendem ou falam alguma coisinha de inglês.
O mais incrível, no entanto, é que isso não é um problema de forma alguma!!!
As pessoas são tão educadas e cordiais, tão dispostas a parar o que estão fazendo para ajudar, tão preocupadas com o bem-estar dos outros, que a comunicação torna-se possível apenas na base da paciência e da gentileza.
Claro que existem informações em inglês (ou pelo menos escritas no nosso alfabeto) em locais estratégicos, como meios de transporte, pontos turísticos e alguns restaurantes. Você não vai ter qualquer problema para entender qual a próxima parada do metrô, por exemplo!
A parte da alimentação é realmente bem tranquila, porque mesmo quando não há menu em inglês, há imagens dos pratos oferecidos em frente ao restaurante (em esculturas plásticas perfeitas) ou no próprio cardápio.
Os preços dos produtos são em numerais normais, como a gente conhece.
A comunicação com vendedores de lojas, garçons, etc. é feita por mímicas da nossa parte e muito japonês da parte deles (eles falam, falam, falam, tudo recheado de muitas reverências e “arigatôs” – agradecimentos). A gente se sente muito bem recepcionado e amparado.
A maior dificuldade é para pedir uma informação, tirar uma dúvida, qualquer coisa mais complexa do que simplesmente apontar para um produto ou fazer um agradecimento.
Aí é que a gente vê como eles não falam inglês. Ninguém! Nem crianças, nem jovens, nem engravatados no metrô. Nadinha. Só uma ou outra pessoa colocada estrategicamente em algum local muito turístico.
Nesse momento, o grande aliado é o Google Tradutor! Embora não seja perfeito, todas as vezes que usamos, conseguimos nos comunicar suficientemente bem e compreender as informações que precisávamos. A gente fazia a pergunta em voz alta, o tradutor passava para japonês, mostrávamos para a pessoa e ela, após compreender, dava a resposta em japonês para o Google. Pronto, já vinha traduzidinho pra gente! No caso de coisas escritas, é só usar a câmera do tradutor para tirar uma foto das palavras.
Deixar de ir para o Japão por causa do idioma é um grande erro!!!
Vai por mim: esse foi talvez o país mais receptivo que já visitei para pessoas que não falam nenhuma língua além da sua!
Outro ponto que causa apreensão: a comida!
Tem gente que pensa: “Japoneses só comem peixe cru e eu não gosto, então não posso ir para o Japão”.
Não podia estar mais errado!!!
Começo esclarecendo que eu não comia peixe cru aqui no Brasil (por nojo, por medo de passar mal e por não achar gostoso). Fui para o Japão mesmo assim, sabendo que eu iria provar o sushi deles (até porque adoro provar as comidas típicas dos locais que visito), mas que talvez não gostasse (gostei, e muito, mas não é isso que importa).
Agora que estou de volta, só posso dizer que foi a primeira viagem de mais de 15 dias que eu fiz que não fiquei com saudades da comida do Brasil. Cheguei aqui foi com saudades do que eu comia lá e querendo comer mais!
Fique tranquilo, porque tem muita comidinha com temperos e sabores bem parecidos com os que a gente conhece, além de restaurantes do mundo inteiro (principalmente em Tóquio), fastfoods conhecidos, como McDonalds e Domino’s Pizza, e sanduichinhos de presunto e queijo deliciosos na lojas de conveniência.
Vou explicar tudo sobre a comida com calma no próximo post!
No fim, o que importa mesmo é que, no Japão, tudo funciona!!!
E isso é o mais importante para se ter em mente em um momento de apreensão quanto a uma viagem ao país.
- Sim, o chip ou o wifi portátil que você alugar irão funcionar SEMPRE.
- Sim, você vai conseguir usar trens, metrôs e ônibus, porque tudo que disser no Google Maps vai ser o que você vai encontrar no caminho: os horários serão exatamente aqueles, as plataformas terão o número previsto, a saída indicada no Google estará escrita em uma placa na sua frente e vai te levar para o ponto mais próximo de onde você quer ir.
- Se você pesquisou que o cartão “tal” dá desconto na atração “tal”, ele vai dar. Se no site diz que é pra comprar o bilhete no lugar mais improvável do mundo, você vai chegar lá e comprará o seu bilhete.
- E o melhor, se o país anuncia que tem Tax-Free nas suas compras, tem mesmo!!! Você já recebe o desconto na hora de pagar na loja! Não tem essa de ter que pedir no aeroporto, de mandar cartinha e depois (talvez) o dinheiro entrar no seu cartão de crédito. Nada dessas enrolações que a gente encontra em todos os países da Europa. O Tax-Free FUNCIONAAA!!!!
É inacreditável… Dá até vontade de chorar de emoção…
Fora isso, é só relaxar, obedecer as normas (ex: se o sinal de pedestres está fechado, você fica paradinho até abrir, ok?) e curtir alguns dias no país mais civilizado do mundo, tentando esquecer por um tempo o caos que a gente vive por aqui!
Então, só vá!!!
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Leia também:
- O que comer no Japão?
- Como se deslocar no Japão: dicas para usar o transporte público
- Japão: curiosidades e costumes para saber antes de viajar
- Quando ver as cerejeiras no Japão
- Onde ver as cerejeiras em Tóquio
- O que fazer em Tóquio em 7 dias
- O que fazer em Osaka (fora comer muito!)
- Um dia em Kobe – muito além do Kobe Beef
- Nara: um passeio entre templos e veadinhos
- Quioto: o que fazer na capital histórica do Japão
- Dubai: dicas para preparar sua viagem
Oiee Bom diaa!
Estou pesquisando seguro viagem 😉
Tem alguma dica??
Qual vocês usaram pro japao?
Obrigada ;*
Oi, Bruna! Quando fui para o Japão, comprei o seguro da Assist Card, mas felizmente não precisei usar, então não saberia te dizer se funciona bem. Ultimamente tenho viajado com o seguro viagem do cartão de crédito mesmo!
Parabéns pelo post! Super esclarecedor para quem deseja ir!