Galés de Maragogi e Caminho de Moisés de Lancha
Quem nunca ouviu falar das Galés de Maragogi? Elas são, possivelmente, as piscinas naturais mais famosas do Nordeste (talvez fiquem atrás só das de Porto de Galinhas). Essa fama toda tem um preço, e para aproveitar de verdade o passeio às Galés, fugindo ao máximo das multidões, é importante seguir algumas dicas simples que vou contar nesse post.
Mas primeiro algumas informações básicas.
As Galés de Maragogi fazem parte da Costa dos Corais, a segunda maior barreira de corais do mundo, com 123km que se estendem entre litoral norte de Alagoas e o sul de Pernambuco. Por estarem dentro da Área de Preservação Permanente da Costa dos Corais, há algumas regras para os passeios que vão até lá, incluindo um limite diário de visitantes que é controlado por meio de pulseirinhas.
As Galés foram as primeiras piscinas naturais de Maragogi a serem exploradas, justamente porque ficam bem em frente ao Resort Salinas de Maragogi. Logo que o hotel foi inaugurado, em 1987, começaram os passeios turísticos para lá.
Essas piscinas são as maiores de Maragogi, mas não são as únicas. A cidade conta ainda com as Taocas, em frente à praia do centro, as piscinas de Barra Grande e as piscinas de Ponta de Mangue. Também tive a oportunidade de conhecer estas últimas, mas vou falar sobre elas em outro post.
Quando visitar as Galés de Maragogi?
O passeio às Galés pode ser feito em qualquer época do ano, mas as melhores chances de encontrar o mar bem azulzinho e transparente é entre os meses de novembro e março.
A cor deslumbrante das piscinas naturais só aparece com o sol batendo, então com chuva nem adianta tentar.
Outra coisa muito importante é a maré. Em Maragogi, só são permitidos passeios às piscinas naturais quando a maré estiver entre -0.1 e 0.6, e quando o horário da maré baixa for entre 06h e 17h.
Para quem não sabe, as marés sobem e descem duas vezes por dia, mas só chegam a esses valores bem baixos nas épocas de lua cheia e lua nova. Por isso, é indispensável consultar a tábua de marés antes mesmo de reservar a viagem para Maragogi!
Como chegar às piscinas naturais?
Para visitar as Galés de Maragogi é preciso contratar um passeio de barco, pois elas ficam muito distantes da praia para ir e voltar a pé.
Você pode ir de catamarã, que é um pouco mais barato, ou de lancha, que chega mais rápido.
Sinceramente, acho que vale a pena pesquisar os preços, pechinchar um pouquinho e ir de lancha! Eu mesma consegui uma lancha por R$ 100,00 por pessoa, enquanto o passeio de catamarã na empresa mais conceituada da região estava R$ 110,00.
A lancha chega nas piscinas antes dos catamarãs, o que garante que você terá pelo menos uns 15 minutos para curtir e tirar fotos sozinho. Além disso, você vai descer da sua lancha com no máximo 12 pessoas, enquanto no catamarã haverá umas 40 pessoas grudadinhas em você!
Como funciona o passeio às Galés de Maragogi?
Eu reservei no dia anterior um passeio de lancha com o Hulk, que fica na praia em frente ao Salinas de Maragogi. Conversei com ele e consegui convencê-lo a incluir no passeio uma parada no Caminho de Moisés, um famoso banco de areia na Praia de Barra Grande.
Isso foi uma exceção, pois normalmente os passeios só vão até as Galés, ficam lá por 2 horas, e voltam.
O pico da maré baixa no dia (0.2) era às 8h e o horário de saída do barco foi às 7h30, em frente ao Salinas de Maragogi.
A lancha era bem grande e confortável, com capacidade para 12 pessoas, e, além do motorista, nos acompanhou também um fotógrafo especializado.
Os 15 minutos de travessia foram bem tranquilos e logo começamos a notar a mudança na cor da água e a enxergar os corais lá no fundo.
Quando paramos, já havia algumas lanchas ancoradas, mas ainda nenhum catamarã.
As Galés são as piscinas mais fundas de Maragogi, de forma que só em alguns trechos é possível ficar em pé no chão. Infelizmente esses locais ficam cheios de gente posando para fotos.
Como meu interesse maior era mergulhar de snorkel para observar a vida marinha, não tive problema com a profundidade, e fui nadando para longe dos demais turistas.
Consegui aproveitar bastante e ficar quase uma hora com a cabeça debaixo d’água, só eu e os peixinhos.
Nas Galés não é permitido pisar nos corais (o que é uma bênção para eles), então o uso de sapatinhos especiais é dispensável, a não ser por prevenção (para o caso de bater o pé num coral sem querer).
Parada no Caminho de Moisés
Depois dali, seguimos de lancha até o Caminho de Moisés, um banco de areia que parte da Praia de Barra Grande e avança por 800m para o fundo do mar.
A maré já estava subindo, então ainda conseguimos caminhar por ali e tirar algumas fotos, mas a areia não estava totalmente para fora d’água. De acordo com os locais, só é possível enxergar mesmo o Caminho de Moisés com a maré abaixo de 0.2, mas o ideal mesmo é -0.1 ou 0.0.
Há outros bancos de areia mais fotogênicos em Maragogi, especialmente por terem menos gente, mas o interessante do Caminho de Moisés é justamente a muvuca.
Tem carrinho de picolé, churrasco, lagosta grelhada, cenários para fotos, fotógrafos com drone e tudo o mais que você possa imaginar.
Se não quiser ir ao Caminho de Moisés de barco, pode chegar pela praia mesmo, tranquilamente. Na Praia de Barra Grande há estacionamento pago, mas também é possível deixar o carro em alguma das ruas próximas.
Indo a pé, é bom começar o passeio uma hora antes da maré baixa, para poder aproveitar bastante antes de a água subir e “fechar” o caminho.
Depois de uns 20 minutos passeando pelo Caminho de Moisés, a lancha nos levou de volta até a praia em frente ao hotel Salinas de Maragogi, finalizando o passeio que durou em torno de 2 horas.
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Eu paguei pelo passeio de lancha até as piscinas naturais e também pelo mergulho com fotos e vídeos, porém me deram um golpe, não enviaram as fotos nem os vídeos do mergulho, fiquei descepcionada.
Nossa! Que sacanagem! Você sabe o nome da empresa? Tem que reclamar deles no Tripadvisor!