Safári no Deserto em Dubai

Uma das experiências mais legais para quem vai a Dubai é o Safári no Deserto, um passeio oferecido por várias empresas diferentes que inclui atividades para todos os gostos, como trilha de jipe nas dunas, passeio de camelo, jantar, shows e experiências típicas árabes.

– Qual empresa escolher para o passeio no deserto?

Os preços e os serviços oferecidos podem variar bastante, por isso sugiro que você se baseie nas avaliações do Trip Advisor para escolher a empresa que melhor se adeque aos seus interesses.

Depois de muito pesquisar, eu optei pela Ocean Air Travels, uma empresa com nota 5 no Trip Advisor e mais de 15 mil avaliações. Um dos diferenciais dessa companhia é que ela possui acampamento próprio para receber os visitantes, enquanto a grande maioria divide acampamentos terceirizados. O preço era intermediário (nem o mais caro e nem o mais barato entre as opções existentes): pagamos AED 228 por pessoa (em torno de US$ 60). Outro ponto a favor é que reservei o passeio no próprio dia, apenas 3 horas antes do horário previsto e, mesmo assim, tudo correu perfeitamente bem.

Escolhemos o “Evening Red Dunes Desert Safari Dubai with BBQ at Al Khayma Camp”, com a opção “Sharing Red Dunes & Open Buffet”, ou seja, o passeio à tarde/noite, com jantar no acampamento Al Khayma, em jipe compartilhado e serviço de buffet (opção mais barata).

– Como é o safári no deserto em Dubai?

No horário previsto, em torno das 14h30, o nosso guia/motorista já estava na recepção do nosso hotel, mandando WhatsApp para nos chamar para o carro. Depois de pegarmos mais uma família em outro hotel, seguimos por 40 minutos em direção ao deserto, sempre ouvindo as histórias e explicações do nosso guia: aprendemos muitas curiosidades sobre Dubai, suas leis e costumes.

Assim que a paisagem tornou-se completamente desértica, saímos da estrada e paramos em um local onde já havia diversas outras caminhonetes da empresa. Ali, os motoristas desinflaram os pneus para facilitar as manobras sobre a areia.

Depois disso, partimos em comboio deserto adentro, subindo e descendo dunas, fazendo várias curvas fechadas e por vezes até andando com os carros meio de lado. A cada pulo os ocupantes do carro riam e gritavam. Achei muito divertido e, no meu jipe, ninguém se sentiu mal, mas há quem não goste dos sacolejos do veículo. Se esse for o seu caso, avise o motorista com antecedência!

Após 15 minutos de trilha radical, paramos para praticar sandboard (ou surfe na areia). Essa parte também foi bem legal, com todos os passageiros se incentivando e se esforçando para se manterem em pé sobre as pranchas.

Durante essa parada, também pudemos tirar várias fotos com a imensidão do deserto ao fundo, uma paisagem que você não vai esquecer tão cedo! E preciso admitir que os guias se mostraram ótimos fotógrafos, sugerindo as melhores poses e tirando inúmeras fotos com as câmeras dos turistas.

Dali, seguimos por mais alguns minutos até uma fazenda onde eram criados dromedários (embora eles chamem de camelos na frente dos turistas). Ficamos um tempo observando os animais com seus filhotinhos muito fofos, enquanto os motoristas inflavam novamente os pneus dos nossos veículos. Apesar de ter achado os bebês dromedários uma gracinha, não gostei muito do lugar, pois achei os animais um tanto mal cuidados. De qualquer forma, procurei não julgar muito, por se tratar de uma outra cultura, com uma tradição milenar de utilizar os dromedários para as mais diversas finalidades.

De volta à nossa caminhonete, logo chegamos ao acampamento Al Khayma, onde já havia, sem brincadeira, mais uns 30 carros estacionados, todos da Ocean Air Travels.

Nosso guia nos levou para dentro, onde fomos recepcionados com água de rosas para lavar as mãos, chá e café emirati, tâmaras maravilhosas e um doce árabe caramelizado que não descobri o nome.

Após nos mostrar qual seria a nossa mesa (tudo estilo “vida no deserto”, com grandes tapetes e almofadas no chão”), o guia nos levou para fazer um passeio de “camelo” (na verdade dromedário – não há camelos nos Emirados Árabes Unidos). Achei a organização da empresa bem interessante, no sentido de que os guias conduzem seu grupo para o passeio em momentos diferentes da tarde, para que ninguém precise ficar esperando em filas.

O passeio de “camelo” foi bem divertido e suficiente – acho que durou uns 10 minutos. Vi muitas reclamações na internet de outras empresas que permitiam que as pessoas montassem nos animais apenas para tirar fotos rápidas, não havendo efetivamente um passeio.

A subida e a descida garantem boas gargalhadas em razão dos movimentos estranhos que os bichinhos fazem para ficar de pé e se abaixar. Achei muito relaxante também a caminhada, num ritmo lento mas constante, com o balanço certo para curtir a paisagem desértica ao redor.

Esses dromedários, ao contrário daqueles que vimos na fazenda, pareciam muito bem tratados. Mas sabe como é né… Animais presos nunca são uma coisa boa…

Enfim… Depois de várias fotos, voltamos para o nosso lugar no acampamento, pois estava começando o show de Tanoura, que nada mais é do que um artista com uma espécie de saia luminosa, que gira sem parar no centro de uma tablado, fazendo um efeito bem legal com a sua roupa. Achei bonito por 30 segundos, mas depois se tornou um pouco repetitivo e agoniante (como aquele cara não vomitou e caiu duro ali mesmo???).

Assim, que acabou o show, foi servido o jantar que, para a nossa surpresa, veio na mesa (depois nos explicaram que ganhamos um upgrade para o serviço VIP – minha aposta é que isso aconteceu porque reservamos muito em cima da hora e só sobraram as mesas desse setor). A comida era a mesma, a única diferença foi não ter que ir se servir no buffet.

Havia espetinhos de carne e frango na brasa, hummus (pastinha de grão de bico), baba ganoush (pastinha de berinjela), pães árabes, kafta com molho (bolinho de carne de carneiro), dois tipos de arroz, massa, tabule (salada de salsinha com tomate), salada verde, vegetais cozidos, samosas (pasteizinhos recheados de batata), entre outras coisas. A repetição era livre (eles inclusive insistiam que a gente comesse bastante!) e a comida era bem gostosa e muito bem servida. De sobremesa, trouxeram um doce árabe que lembrava um mingau (não curti muito).

Para beber, havia vários tipos de refrigerante e água que, aliás, estavam à disposição em caixas térmicas localizadas perto das mesas desde a nossa chegada no acampamento.

Depois da janta, ainda teve show de malabarismo com fogo com um artista incrível e apresentação de dança do ventre, muito bonita também.

Fora isso, durante todo o período que ficamos no acampamento, podíamos participar das seguintes atividades (todas incluídas):

• Provar roupas típicas dos Emirados Árabes

• Segurar um falcão (animal símbolo dos Emirados Árabes) para tirar foto

• Fumar shisha (também conhecida como narguilé)

• Fazer tatuagem de henna (muito legal observar a prática e a velocidade com que as moças fazem sua arte)

Ah, também havia banheiros bem grandes e limpos, o que me surpreendeu por se tratar de uma tenda no deserto.

No final, as luzes do acampamento foram desligadas totalmente durante 5 minutos, para que as pessoas pudessem ter uma ideia de como era realmente no deserto à noite. Dizem que o céu estrelado é um verdadeiro sonho, mas como estava nublado, não pude ter essa experiência.

Conclusão: chegamos de volta no hotel às 21h30 (mais de 6 horas de passeio), cansados, mas com a sensação de ter tido um dia muito rico e animado, cheio de novas experiências e boas recordações. Se o passeio é caro? Não achamos, levando em conta todas as atividades incluídas e o incrível jantar que foi servido!

– Dicas práticas para fazer um safári no deserto em Dubai:

• O que vestir no safári no deserto? Apesar do país de tradições muçulmanas, não existe nenhuma restrição com relação às vestimentas nesses passeio turísticos. De qualquer forma, você deve levar em conta que estará calor durante a tarde, mas poderá refrescar após o anoitecer. Por isso, se for friorento, considere a possibilidade de ir de calça comprida (nada muito quente) e levar um casaquinho. Mulheres, caso prefiram usar shorts, sugiro levar um lenço ou echarpe em que possam se enrolar caso sintam frio mais tarde.

• Qual calçado utilizar? Eu recomendaria ir de tênis ou chinelo, dependendo se você quer colocar os pés na areia ou não. Só alerto que a areia é bem avermelhadinha, então não use calçados muito claros ou que não possam ser lavados (tipo camurça), porque podem ficar manchados.

• Se tiver tendência a enjoar com o balanço do carro, tome um Dramin antes de ir e peça para sentar na frente do veículo. Quanto mais para trás, mais balança (e algumas caminhonetes chegam a ter três fileiras de bancos)

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