Blois e seu castelo de muitas épocas
Capital do departamento de Loir-et-Cher, Blois é uma cidade pequena, com menos de 50.000 habitantes, e com um ar interiorano típico do Vale do Loire. Foi ali que montei base para conhecer a região, não por escolha própria, mas porque as minhas primeiras opções (Amboise e Tours) já estavam lotadas.
No fim das contas, depois de conhecer todas elas, achei que Blois foi uma boa! Por ser uma cidade bem tranquila, é muito fácil se deslocar, sair e chegar (porque afinal, no Vale do Loire não se para quieto por muito tempo, com tantos castelos para visitar e paisagens lindas para descobrir). Tours, por outro lado, é bem maior e mais movimentada, então, apesar de oferecer mais opções de hospedagem e restaurantes, é preciso lidar com trânsito, rótulas e sinaleiras demoradas, o que pode atrasar a programação.
Mas claro que, como qualquer cidade do interior, Blois dorme cedo, então não espere encontrar lojas abertas à noite e nem restaurantes cheios até muito tarde.
A principal atração por lá é o Château Royal de Blois, castelo preferido da realeza na época do Renascimento. E não é para menos: nesse período viveram ali sete reis e dez rainhas da França.
Uma das características mais interessantes do castelo é que ele contém quatro alas de estilos arquitetônicos diferentes, contando sua história do século XIII ao XVII. No pátio, no centro do “Château” é possível observar ao mesmo tempo as quatro fachadas, cada uma de uma período distinto da história.
Aliás, nesse mesmo pátio ocorre todas as noites, de abril a setembro, o espetáculo “Son et Lumière”, com projeções coloridas contando um pouco da história do castelo. O show ocorre bem depois do fechamento do “château”, de forma que o bilhete da visita não dá direito ao espetáculo, e vice-versa.
No interior, estão abertos à visitação 30 cômodos suntuosamente mobiliados, incluindo os apartamentos reais, que mostram um pouco do cotidiano da realeza.
Todas as informações sobre horários e preços você encontra atualizadas no site oficial.
O castelo fica no alto de uma colina (se você estiver na Place Louis XII vai ver uma íngreme escadaria que leva até ele), mas é possível chegar até lá em cima de carro e estacionar no Parking Château.
Na praça em frente ao castelo, passando um conjunto de árvores “quadradas”, chega-se a um pequeno jardim, com vista para os simpáticos (e bem franceses) telhados e chaminés da cidade, assim como para a sempre presente Catedral de Blois.
Também nessa praça fica a Maison de la Magie (“Casa da Magia”), um museu de ilusões em homenagem a Robert Houdini, nascido em Blois em 1805. Com cinco andares de exposição, o museu abriga diversos objetos ligados à magia, como autômatos, ilusões de ótica e invenções de vários mágicos famosos. Mesmo que decida não visitar, fique ligado na fachada da mansão, pois a cada 30 minutos seis cabeças de dragão robotizadas saem pelas janelas para assustar os turistas.
Para conhecer o centro da cidade, caminhe pela Place Louis XII, Rue Saint-Martin, Rue du Commerce, Rue Denis Papin e outras nos arredores, onde vai encontrar várias lojas, confeitarias e restaurantes simpáticos.
Não deixe de observar também, meio de longe, a escadaria Denis Papin, onde sempre há uma figura que se forma nos degraus conforme a gente se afasta. Quando eu visitei, a imagem representada era da Monalisa, em comemoração aos 500 anos do Renascimento francês.
Aproveite também para dar uma caminhada às margens do Loire, perto da ponte Jacques-Gabriel, de 1724. A paisagem fica especialmente linda ao pôr-do-sol!
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